terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Tarot do dia: Justiça, uma questão de equilíbrio


A Justiça é uma equilibrista, caminhando na tênue linha divisória entre o certo e o errado, o bem e o mal, a verdade e a mentira, pesando os prós e os contras a cada passo, mantendo os olhos bem abertos no alcance do objetivo em mente.

A Justiça é racional. Não se deixa influenciar pelo medo, por falsos pudores, pelos interesses pessoais, pela opinião pública ou particular, por vaidades, orgulho, preconceito, estados de ânimo, ira, ciúme, inveja, rancor. É isenta de emoção, de falsos moralismos, de meras suposições, de privilégios concedidos, mas apesar disso, não é desumana. A Justiça busca o equilíbrio.

E quando me refiro a essa 8ª carta entre os Arcanos Maiores do tarot, não estou me referindo apenas à Justiça como uma instituição (tribunais, advogados, promotores, juízes) mas à vivência pessoal, à Justiça como um dos elementos constituintes da personalidade humana. Ser justo é ser desprovido de pré-conceitos, mas não de experiências. Julgamos quando conseguimos comparar. A escolha entre o certo e o errado, o bem e o mal, a verdade e a mentira pressupõe quem reconheçamos todas essas possibilidades e possamos delas nos valer comparativamente em busca do resultado mais equilibrado para uma determinada situação.


A Justiça, no tarot, pertence ao elemento Ar, ou seja, ao domínio do raciocínio, da lógica, do pensamento cartesiano. Ela sugere que, para vivermos em harmonia, olhemos sempre para os dois lados da questão. Que em nosso caminhar no alcance dos nossos objetivos, não nos deixemos distrair, iludir, nos convencer de algo que não seja realista. Ela pede foco, coragem e lucidez. Talvez a palavra lucidez seja uma das que melhor descrevam a Justiça do ponto de vista do tarot: é preciso ver e expor as coisas, os fatos, as pessoas, as ideias às claras, sem subterfúgios, disfarces, fantasias. Os olhos do corpo e da mente devem funcionar em uníssono, bem abertos para verificar, medir, pesar, comparar e vendados para não nos deixarmos influenciar, seja pela aparência, procedência, gosto, estilo, poder, genealogia, etc.

No nosso dia a dia é um exercício constante: quando comparamos preços e qualidade no supermercado, quando evitamos o gasto supérfluo para não comprometer os recursos já comprometidos, quando não fazemos vazios e falsos elogios só para ficarmos “bem na fita” e, também, quando reconhecemos e aplaudimos o valor das conquistas alheias. Justiça é permitir-se o merecido descanso depois do trabalho realizado, é alimentar-se saudável e equilibradamente, é alternar a atividade física, os esportes, a ginástica, com a ioga, a meditação, por exemplo. Ser justo consigo mesmo é andar na corda bamba, atento para não ser tentado a despencar para um dos lados, para não ser nem 8 e nem 800. É encontrar o tão desejado “caminho do meio”, sem que isso signifique “ficar em cima do muro”. É optar por refletir antes de agir e agir prudentemente. 

Os resultados dessa séria atividade mental certamente irão proporcionar, no mínimo, a tão sonhada paz de espírito que todos buscamos.

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