domingo, 27 de fevereiro de 2011
Assista, ao vivo, Videos, Slideshows, Filmes: Tarot & Espiritualidade
sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011
O Tarot e a arte de Erik Johansson
Confesso que até hoje pela manhã desconhecia o trabalho do fotógrafo e artista gráfico sueco Erik Johansson.
Ao ver algumas de suas imagens, imediatamente me veio à mente a imensa semelhança das mesmas com os arcanos, maiores e menores, do tarot.
Resolvi então, com as poucas reproduções de seu interessantíssimo trabalho de manipulação da imagem, fazer um exercício pessoal conectando-as à algumas cartas do tarot.
Como sempre costumo frisar, outras pessoas poderão identificar essas fotos com outros símbolos, com outros significados, e é essa diversidade de visões, de experiências, de opiniões que fazem do Tarot algo vivo, sem dogmas, sem certo ou errado, sem um “dono da verdade”.
Imagens: Erik Johansson http://www.alltelleringet.com/
Agradecimentos: Site www.50emais.com.br
quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011
Naipe de Copas
Raul ajeitou melhor as flores sobre o caixão. Gestos mecânicos, seu olhar que parecia ver através da madeira do esquife e atravessar as paredes da sala onde o velório, era o olhar de um cego que nada enxerga à sua frente, que, à mercê da própria sorte, procura nas trevas uma única referência para continuar.
A sala ia se enchendo com os vizinhos, os colegas de escola da filha, os parentes, os companheiros do trabalho, todos murmurando palavras, as mesmas que ele próprio tantas vezes dissera e que agora pareciam incompreensíveis.
A respiração lhe era difícil e dolorosa. O cheiro da cera derretida das velas, das flores arranjadas em coroas e buquês, o cheiro da morte daquele lugar, tudo lhe entorpecia os sentidos, confundindo o seu pensar.
A esposa, debruçada em seu ombro, chorava um choro mudo, sentido, sem movimento outro que não o das lágrimas.
Sua mulher, sua amiga, sua companheira, sua namorada, a mãe de Camila sua filhinha, agora presa naquela caixa de madeira. Havia naquele toque uma cumplicidade desesperada, como se a dor de um penetrasse no outro em busca de eco, numa cavernosa e compartilhada solidão.
A mulher que escolhera como sua parceira para a vida, agora ali, um vulto descolorido, convulso, de olhos injetados de sangue e de dor.
Essa mesma dor opressora que ele sentia e que parecia retroceder nas ondas que a memória, nos flashes de lembranças que lhe traziam de volta Camila no berçário do hospital. O primeiro banho, em casa. A maneira engraçada de articular as primeiras palavras. A festinha do aniversário. A foto com a vovó. Os presentes de Natal espalhados pela sala. A primeira ida à escola. Cantando com as coleguinhas de classe. Aprendendo a andar de bicicleta. A apresentação na escolinha de balé. A excursão da turma toda até a cachoeira. Recebendo um diploma qualquer por ter completado o curso de computação. Com as primas, fantasiada de egípcia no bloco de carnaval. A risada contagiante. O sorriso de sempre.
Alguém, talvez seu chefe no trabalho, talvez o amigo de futebol, o abraçou e murmurou um esperançoso e consolador: “Ela está num lugar melhor, esteja certo. Está melhor do que nós. Não vai passar por tudo que nós ainda teremos de sofrer. A vida continua, você vai ver.” Ele ouvia como se escutasse o som de um velho disco, riscado, repetindo uma frase à exaustão, tirando-lhe todo o significado. “Vocês são jovens, tem um filho lindo para criar e que precisa muito de vocês. Terão outros filhos…”. Não, ele não queria “outros” filhos. Queria Mariana, sua filha, aquela que estava ali no caixão. Outros filhos são outros filhos, nunca sua filha. O caçula, ali alheio a tudo, era seu filho querido, é claro. Mas ele não era Camila. Ele queria os dois.
Alguém se aproximou e, colocando-lhe a mão no ombro, disse gravemente: “Está na hora”. Sentiu que as pernas perderam a força de sustentação. o sangue parecia desaparecer de dentro de si e uma tontura turvou-lhe a visão. Um gosto amargo instalou-se em sua boca e mais e mais difícil ficava o respirar.
Pela primeira vez desde que a polícia e a diretora da escola veio avisar-lhes do “acidente fatal” que Mariana sofrera, voltou a ouvir a voz da mulher, uma voz que, baixinho, misturava lamúria e o nome da filha, num único e angustiado som.
Olhou para trás e viu a sogra segurando no colo o caçula que brincava, indiferente a tudo, desenhando o ar com os dedinhos.
Por um instante acreditou já ter vivido aquele momento, numa outra época, numa outra situação e procurou com o olhar sua velha mãe. Observou que ela também, através do lacrimoso olhar, parecia rememorar algo, como o momento em que levaram para enterrar o falecido marido. Parecia fazer tanto tempo! Ele, criança, calças curtas, assustado, a sala cheia de velas e o cheiro das flores morrendo, vendo os parentes abraçarem seus irmãos, um a um, e quando chegavam até ele repetiam: “Agora você é o chefe da família. Precisa ser forte. Precisa ter coragem e ajudar sua mãe a criar seus irmãos”. O caixão do pai sendo lacrado. Os tios carregando-o. As velas sendo apagadas. As coroas de flores amontoadas num canto. Meu Deus, há quanto tempo?
Tocou a alça do caixão sentindo-lhe a metálica frieza. Respirou fundo como que buscando uma coragem que parecia ter-se perdido para sempre. A esposa agarrou-lhe o braço. Não era mais a namorada que nele se apoiava com um olhar de paixão e de promessas, mas sua contraparte, sua sócia naquela desventura. Não havia o fogo do carinho naquele toque, mas um desesperado pedido de socorro. Olhou para a frente, enquanto caminhavam, e a vida parecia um filme remendado por um louco montador: imagens dele menino, do pai, da mãe chorando, do primeiro beijo na primeira namorada, nas noites mal dormidas cuidando da filha com febre, no nascimento do filho, Camila rindo quando ele caía, tentando ensinar-lhe a patinar, a voz neutra, profissional do policial dizendo-lhe da bala perdida que atingira sua filhinha, o desespero da mulher caindo, em câmera lenta, ao chão, o choro do caçula no quarto, a mulher… a mãe viúva… o filho…a filha…
Olhava a cidade, da janela do carro que os levava de volta para casa. As ruas, as pessoas, as árvores, as luzes dos semáforos, tudo parecia tão igual e tão diferente ao mesmo tempo. Não conseguia entender direito o que lhe parecia estranho. Ainda sentia-se como que anestesiado, onde todas as sensações se reduzem a nada, menos a dor. Olhou para trás e viu a mulher calada com o filho no colo. Seu olhar também vagava como que numa cegueira branca enquanto as mãos mecanicamente acariciavam o filho. Sabiam que agora, em casa, teriam que lidar com a ausência da menina. Camila não mais estaria lá, estudando na mesa de jantar, dançando em frente à TV, conversando com as amigas ao telefone, vindo beijá-los antes de ir dormir.
Semanas viraram meses e meses, anos.
O filho caçula já começara a ir para a escola e desenhava as primeiras letras. Quando voltava da fábrica encontrava a esposa contando-lhe das peripécias do menino e riam juntos. Às vezes comparavam alguma atitude dele com Camila. Lembravam então de algum episódio engraçado e riam um pouco, um riso saudoso e resignado. A vida demorara para parecer ter valor de continuar a ser vivida, mas o tempo, a esposa e o filho fizeram com que o vazio fosse sendo preenchido com outras emoções, com outras perspectivas e esperanças.
Olhava para a esposa enquanto ela arrumava a mesa do jantar e revia a beleza da namorada. Haviam atravessado a dor juntos. Amadureceram seu amor através da perda vivida em comunhão. Conheceram-se melhor no sofrimento. Choraram pela dor do outro. Cuidaram das suas próprias feridas medicando as do outro. O filho caçula estava ali, presente, precisando deles. Não era um substituto à filha morta. Era uma parte deles, com vida própria e que acenava com a mesma promessa de continuidade que os filhos dão.
Eram três e eram um só.
Eram uma família.
O Naipe de Copas representa, psicologicamente, os sentimentos e o elemento água. Suas cartas, no tarot, costumam representar, beleza, alegria, realização emocional e criativa, contentamento. Entretanto, como todas as cartas do tarot, elas, quando mal aspectadas (invertidas, em “casas” que representam obstáculos, problemas, dificuldades, aspectos negativos, etc, o lado “sombra” do símbolo) representam as desilusões, tristezas, decepções, frustrações, indulgências, vícios, frequentes oscilações de humor.
Imagem: Tarot, Ciro Marchetti
terça-feira, 22 de fevereiro de 2011
Elementos do Tarot - TV
O blog tem agora um canal de TV para divulgar filmes, fotos, aulas, videos, entrevistas, tiragens de tarots e outros oráculos, tudo em tempo real.
O endereço na Web é : http://www.blogtv.com/people/alextarologo
Abraços a todos!
alextarologo- Broadcast your self LIVE
O Naipe de Paus
Silvia foi uma das primeiras a matricular-se e no dia marcado para iniciarmos o curso, lá estava ela: caderno, canetas coloridas e uns 2 ou 3 baralhos dentro da bolsa. Escolheu seu lugar, bem à frente, sentou-se e, antes mesmo da aula começar, já estava tomando notas.
Silvia sempre sentiu-se atraída por tudo que envolvesse espiritualidade e já colecionava um bom número de cursos na área. Contou-nos que já havia estudado radiestesia, feng-chuei, baralho cigano, reiki, aromaterapia e há anos praticava ioga e meditação transcendental. Até mesmo um curso básico de Arcanos Maiores já tinha freqüentado. Mas Sílvia queria mais, queria ir além.
Seu interesse por aquilo que ela chamava de “desenvolvimento pessoal” era uma busca constante por uma reconexão, que ela sabia existir, com seu Eu superior, com algo maior e quase sempre inominável, inexplicável. Considerava o momento ideal para seu retorno aos estudos e, em especial ao tarot. Havia ficado viúva recentemente e, ainda que recebesse uma pensão deixada pelo marido, cuja doença terminal fora longa e bastante dispendiosa, muito pouco lhe restara além do pequeno apartamento em que morava. Via no aprendizado do tarot uma oportunidade a mais para vivenciar a sua eterna busca por si mesma, através de um instrumento com uma linguagem bastante lúdica.
Foi franca em nos dizer, naquele primeiro encontro, que era acreditando nessa possibilidade de encontrar resposta, ou pelo menos, encontrar caminhos que pudessem levá-la ao cerne de questões existenciais bastante importantes, é que estava fazendo o curso, um investimento que lhe era considerável. Estava disposta a investir em si mesma. Acreditava que agora, mais amadurecida e sem tantos compromissos sociais, iria poder dedicar-se mais e melhor em aprender a “linguagem sagrada” (como ela dizia) do tarot. Curiosidade, perspicácia e facilidade de comunicação eram atributos que todos pudemos constatar que não lhe faltavam, naquela nossa primeira aula. Sua simpatia, interesse e naturalidade cativaram os demais alunos.
Não foi nenhuma surpresa o fato dela, durante os seis meses de duração do curso, ter-se revelado uma aluna altamente dedicada, muito estudiosa, sempre pesquisando e buscando informações a respeito das possibilidades que o tarot oferecia, em sites, blogs, livros, conversas com outros alunos. Silvia revelava-se uma verdadeira “futura taróloga” e demonstrava ser uma lider nata, alguém que estimulava a vontade e o interesse em todo o grupo. Sensível, altamente intuitiva, com uma grande experiência da vida, centrada e, especialmente, de “bem com a vida”, ela revelava-se, semana após semana, uma aluna ideal e as leituras que praticava com seus parentes e amigas, rigorosamente anotadas, eram motivo para um acréscimo, um “extra”, bastante bem vindo e criativo às aulas.
Era um grupo de alunos extremamente dedicados. Alguns deles apresentavam sinais de evidente mediunidade e buscavam no tarot um meio de expressá-la. Outros, encontravam na iconografia das cartas a pesquisa simbólica à qual queriam se lançar. Havia até quem utilizava as cartas em consultórios de psicologia, como um suporte extra para estabelecer um contato com o subconsciente de seus clientes. Portanto, Silvia estava muito bem acompanhada. Mas isso não significa que não houvessem grandes embates, numa espécie de “saudável competição” entre os alunos. No fundo, todos queriam, mais do que exibir o valor de seus conhecimentos e talento, aprofundar cada vez mais as possibilidades de cada lâmina, de cada esquema de jogo.
O espaço onde se realizava o curso de tarot resolvera organizar o que chamaram de “feira mística”, a exemplo de tantas que existem e os professores foram convidados a indicarem alguns bons alunos para que delas participassem, numa forma de proporcionar-lhes uma experiência prática mais efetiva. Era uma atividade prática com responsabilidade e bastante bem vinda a qualquer estudante. Tínhamos em nosso grupo de tarot uns 3 candidatos em potencial para esse “exercício” e, naturalmente, Silvia liderava a lista.
Os visitantes da “feira” foram previamente avisados que alunos de diversos cursos ali oferecidos estariam atendendo, como uma espécie de “estágio”. A participação de Silvia foi altamente elogiada por todos os que se propuseram a serem atendidos por uma aluna e no segundo dia da feira, havia uma pequena fila de pessoas esperando para terem suas leituras realizadas exclusivamente por ela. Uma verdadeira recompensa à sua extremada dedicação.
Quando, terminado o evento, fizemos uma avaliação baseado nas suas anotações precisas de cada leitura realizada, pudemos constatar que, de fato, ali estava uma pessoa com um enorme potencial para a leitura oracular. O curso terminara e Silvia tinha brilhado, indiscutivelmente.
Passados alguns meses, a direção do espaço decidiu que necessitava de um tarólogo que tivesse disponibilidade de horário para dar aulas a um novo grupo de alunos e nenhum de nós, que lá trabalhávamos, poderíamos assumir a tarefa devido a outros compromissos assumidos no mesmo período. Depois de muita deliberação, Silvia foi finalmente convidada a iniciar essa nova turma. Conhecimento não lhe faltava, nem determinação, segurança, interesse ou coragem. Além disso, a sua própria experiência com o tarot servia de motivação para os alunos.
Claro que sua primeira reação foi a de surpresa e alegria, pois afinal isso era o reconhecimento ao seu esforço e capacidade. Era um começo, o possível início de uma nova etapa em sua vida e, de alguma maneira, havia uma recompensa financeira nisso que poderia compensar investimentos feitos e proporcionar outros mais. Entretanto, nos dias seguintes, Silvia procurou-nos cheia de dúvidas, temerosa que o trabalho como mestra de tarot fosse algo além da sua possibilidade e não queria frustrar à escola, aos alunos e nem a si mesma. Não foi difícil resgatar sua auto-confiança. Bastou-nos relembrá-la de seus méritos pessoais e assegurá-la de que ela tinha capacidade para o que lhe estava sendo oferecido.
O curso foi anunciado e um pequeno número de alunos confirmou suas presenças. Outra vez mais, lá estava Silvia, chegando bem antes da hora, preparando seu material e posicionando-se numa sala de aulas onde a professora era, agora, ela mesma.
Apresentou-se à turma contando sua própria trajetória como pesquisadora de sistemas oraculares. Estendeu-se sobre sua longa jornada em busca de um crescimento espiritual, de um desenvolvimento de sua consciência. Falou também da sua inexperiência como professora, avisou-os que eram a sua primeira turma, pediu-lhes que tivessem paciência caso ela, em algum momento, não ter a melhor resposta às suas questões, mas que estava junto a eles, em pé de igualdade, nessa jornada que iniciavam pelo mundo dos arcanos do tarot e, por conseguinte, nos escaninhos de suas mentes, racionais ou não. Ganhou-os incondicionalmente com sua sinceridade e empatia.
Foram 24 semanas de animadas aulas, de onde os alunos emergiam excitados com o que haviam aprendido e não poupando elogios à mestra. Aula após aula Silvia revelava ter grande conhecimento do assunto e uma enorme facilidade em transmiti-lo. Houveram, também, alguns pouquíssimos momentos em que a vimos sair da sala de aula frustrada por não ter conseguido expressar-se da melhor maneira, ou de não ter sentido que sua explicação a respeito de algum arcano tivesse sido a mais satisfatória. Mas Silvia era, antes de mais nada, uma “mãezona”, daquelas dão colo, pegam na mão, conduzem e possuem uma inesgotável paciência, além de muita animação e de um eterno bom humor. Ela própria, através dos anos, no papel de aprendiz, sabia que o processo iniciático não é simples e nem fácil. Que exige muito de quem busca a sua própria verdade e ela estava ali disposta a ajudar os demais “peregrinos” a percorrerem as mesmas trilhas que ela tinha experimentado.
O curso ainda não havia terminado e ela já começara a trabalhar, no mesmo espaço, fazendo leituras de tarot. Rapidamente formou uma clientela que ia se expandindo aos poucos, mas seguramente. Além disso fora convidada a ministrar um novo curso e fazer leituras também em outro local, onde novos consulentes disputavam a sua, agora, lotada agenda. Se o objetivo de Silvia era o de encontrar um veículo que a ajudasse a conhecer-se melhor, a compreender ao semelhante em toda a sua complexidade e a decodificar e transmitir informações oraculares, ela podia considerar-se realizada pois não lhe faltavam clientes e nem alunos. Aos poucos ela foi aprendendo a exigir menos de si mesma, a equilibrar o seu ritmo de trabalho com o de seus estudos pessoais; reduziu o número de horas semanais dedicadas ao atendimento, bem como optou por ministrar apenas dois cursos por ano. Sobrava-lhe, novamente, tempo para estudar, ler, escrever, encontrar-se com as amigas e visitar os netos que moravam longe.
Mais do que um trabalho, Silvia havia encontrado um sentido, um direcionamento, um novo passo em sua jornada pessoal pelas respostas das questões que lhe eram vitalmente significativas.
Imagens: Tarot of the Old Path
domingo, 20 de fevereiro de 2011
O MUNDO
“Creio que a transcendência é, talvez, o desafio mais secreto e escondido do ser humano. Porque nós, seres humanos, homens e mulheres, na verdade, somos protestantes, somos essencialmente seres de protest-ação, de ação de protesto. Protestamos continuamente. Recusamo-nos a aceitar a realidade na qual estamos mergulhados porque somos mais, e nos sentimos maiores do que tudo o que nos cerca.
Desbordamos todos os esquemas, nada nos encaixa. Não há sistema militar mais duro, não há nazismo mais feroz, não há repressão eclesiástica mais dogmática que possam enquadrar o ser humano. Sempre sobra alguma coisa nele. E não há sistema social, por mais fechado que seja, que não tenha brechas por onde o ser humano possa entrar, fazendo explodir essa realidade. Por mais aprisionado que ele esteja, nos fundos da Terra, ou dentro de uma nave espacial no espaço exterior, mesmo aí o ser humano transcende tudo. Porque, com seu pensamento, ele habita as estrelas, rompe todos os espaços.
Por isso, nós,seres humanos, temos uma existência condenada –
condenada a abrir caminhos,
sempre novos
e sempre surpreendentes.”
Leonardo Boff
“Tempo de Transcendência: o ser humano como um projeto infinito”
(Editora Sextante, 2000)
Imagem: Tarot de Dali
sábado, 19 de fevereiro de 2011
O JULGAMENTO
Podemos facilmente
perdoar uma criança
que tem medo do escuro;
a real tragédia da vida
é quando os homens
têm medo da luz.
Platão
sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011
O SOL
que tive de dar na vida
para chegar
a mim mesmo.
Herman Hesse
quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011
A LUA
Não somos apenas o que pensamos ser.
Somos mais;
somos também, o que lembramos
e aquilo de que nos esquecemos;
somos as palavras que trocamos,
os enganos que cometemos,
os impulsos a que cedemos...“sem querer”.
Sigmund Freud
quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011
A ESTRELA
A esperança se adquire.
através da verdade,
pagando o preço
de repetidos esforços
e de uma longa paciência.
Para encontrar a esperança
é necessário ir além do desespero.
Quando chegamos ao fim da noite,
encontramos a aurora.
Georges Bernanos
terça-feira, 15 de fevereiro de 2011
A TORRE
Você pretende subir?
Comece então por descer.
Você planeja construir uma torre que atravesse as nuvens?
Assente, em primeiro lugar, as bases da humildade.
Santo Agostinho (354 – 430 DC)
segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011
O DIABO
úteis de inúmeras maneiras
e perigosas de uma só forma:
o excesso.
Marcus Cícero (106 AC - 47 AC)
domingo, 13 de fevereiro de 2011
A TEMPERANÇA
Tudo o que nos irrita nos outros pode nos levar a uma compreensão de nós mesmos.
Carl Gustav Jung
Imagem: Greenwood Tarot