segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

O MAGO


primeiro, um PENSAMENTO01
daí, a organização daquela imagem em IDÉIAS e PLANOS
então, a TRANSFORMAÇÃO desses planos em REALIDADE.

o princípio, como você bem pode observar,
está no fantástico ato de IMAGINAR

Napoleon Hill

Imagens d’O Mago encontradas em diversos tarots.

Imagem: “Tarot of Dreams”, Ciro Marchetti

domingo, 30 de janeiro de 2011

O LOUCO

o louco-Fernando Figueiredo

 

 

Não entendo.

 

 Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender.

 

 Entender é sempre limitado. Mas não entender pode não ter fronteiras.

 

 

Sinto que sou muito mais completa quando não entendo.

Não entender, do modo como falo, é um dom.

Não entender, mas não como um simples de espírito.

 

 O bom é ser inteligente e não entender.

É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida.

É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice.

 

Só que de vez em quando vem a inquietação:

 quero entender um pouco.

Não demais:

 mas pelo menos entender que não entendo..

  

Clarice Lispector

 

36 imagens d’O Louco.
Ilustração: “O Louco”, por Fernando Figueiredo   

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

As cartas do oráculo de Madame Endora



Imagens: "Madame Endora's Fortune Cards"
Trilha Sonora: "Sunrise", por Malabar

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Instantâneos do Tarot, por Rosa Silva

Rosa Silva é taróloga há mais de 30 anos e uma verdadeira mestra quando se trata de ensinar tarot. Tenho orgulho e prazer em ter sido seu aluno.

Seu conhecimento sobre tarot e outras artes oraculares além de amplo e extremamente rico, é sabiamente transmitido por ela da maneira mais simples e intuitiva possível. Para Rosa não há dogmas a serem seguidos, mas caminhos a serem constantemente experimentados pela singularidade de cada um que os trilha.

O texto abaixo, escrito por ela, descortina (olha a Sacerdotisa aí!) muito da sua maneira de pensar e vivenciar o tarot, de uma maneira poética, carregada de imagens arquetípicas e criando, a cada instante, analogias com aspectos da vida real.

Entrego-lhes, então, um momento, um instante, uma fotografia do tarot, visto através das lentes e filtros do conhecimento e sabedoria de Rosa Silva:

 

Tarot: Fotografias de uma memória

Fotografar é uma técnica de criação com imagens que images1remonta ao ano de 1826 e se propaga aos dias atuais com a moderna tecnologia digital, registrando memórias e criando símbolos de épocas e culturas variadas. Nas fotografias encontramos também ausências e lembranças do que se foi, porém sua representação torna-se um prolongamento do que desapareceu e o faz ressurgir como história visual do que passou.

  

Assim como as fotografias digitais, podemos dizer que estamossrishti-dances_kellystrayhorn_1 vivendo uma era visual, uma era de imagens que nos invadem nas televisões, na internet, nas mídias, nos desenhos dos sites, nas revistas, nos jornais, nas propagandas, nos cinemas e que são desenvolvidas para motivar nossos interesses e desejos, pela estimulação dos nossos sentidos visuais.

Mas imagens são imagens e bem para além dos tempos atuabotticelli-3gracesis estão presentes no mundo, quase que paralelamente ao aparecimento da espécie humana e que por mais rudimentar que seja um grupamento social, por mais isolado que ele esteja da moderna civilização, ainda assim ele produzirá imagens representativas de suas percepções, idéias e pensamentos

Fato é que podemos encontrar registros tanto arqueológicos quanto históricos, de várias civilizações que habitaram e que ainda habitaram o planeta Terra e com as suas múltiplas e facetadas formas representativas de preservação de memória, principalmente visual, incluem-se também obras grandiosas como as registradas nos desenhos rupestre nas cavernas, nas pinturas pictográficas no Egito e nos textos Maia, na iconografia dos indianos, nas esculturas sumérias, gregas, romanas, incas, astecas, nos monumentos megalíticos de Stonehenge, Palenque, Machu Picchu, nas figuras gigantescas dos geoglifos no deserto de Nacza.

Mas, não há dúvidas, de que há um ponto comum com todos eles, mmoa-the-three-graces5que são, na maior parte, representações de essências, como o movimento dos astros no céu, as forças de natureza, os fenômenos geográficos e climáticos assim como as relações sociais humanas de família, progenitura, trabalho, lazer, rituais religiosos, combates e conquistas, quase sempre descritos em mitos, contos e fábulas, que foram transmitidos oralmente e posteriormente por escrito, contando tanto relatos de deuses quanto humanos, de naturais e sobrenaturais. Nesse contexto encontramos também registro de oráculos, adivinhos, magos, bruxos e feiticeiros, com seus instrumentos de predição, onde quase sempre as imagens servem de referência para leituras e interpretações em suas configurações, seja no vôo dos pássaros, nas vísceras de animais e humanos, na observação dos movimentos dos astros no céu, nas linhas das mãos.

Chegamos assim a uma época repleta de informações contidas em imagens sugestivas e evocativas onde sugiram as cartas de Tarot, com uma iconografia que a caracteriza como máquina de associar idéias e ativar a imaginação para conjugar imagens e produzir discursos ordenados e lógicos.

Cartas de Tarot podem ser vistas como fotografias, que exercem um three-of-cupsimpacto imediato com suas formas inspiradoras capazes de expressar idéias complexas e que também são possibilitadoras de ativar o pensar visual. Como vivemos um período histórico pródigo em imagens é natural que nossa inteligência visual seja despertada e o estudo e uso das cartas de Tarot pode produzir oportunidade de se por em prática nosso pensamento visual e desenvolver nossa inteligência de percepção através de imagens.

O que há de novo é que aprimorar a habilidade de pensar visualmente amplia não apenas o nosso campo de percepção, mas também facilita a nossa capacidade de comunicação, já que imagens podem expressar-se com uma velocidade superior ao discurso verbal.

Vejamos o que é pensar visualmente um bosque florido e ter de descrevê-lo discursivamente em sua riqueza de detalhes.

O estudo e a utilização de leituras com cartas de TaroOLYMPUS DIGITAL CAMERA         t tornam-se uma grande ferramenta do desenvolvimento tanto do pensamento quanto da inteligência visual tão necessária nos tempos atuais, da informática e da comunicação visual dos computadores, celulares e vídeos-game. Pois o Tarot é também um grande “game” de memória, criatividade, rapidez de imaginação e prontidão de resolução.

 

Paz e Bem.

Rosa Silva

e-mail: rosamarsp@yahoo.com.br

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Pro ano nascer feliz

 

Frente à tragédia na região serrana do Rio de Janeiro, e de tantas outras calamidades que assolam o planeta, creio que devêssemos ter uma nova chance em 2011, dar uma nova chance para 2011, um novo réveillon, uma nova queima de fogos de artifício, qualquer coisa que fizesse deste, um novo e mais promissor ano novo.

Lendo o site 50 e Mais da jornalista Maya Santana, reencontro um velho e conhecido poema do Drummond. Dezoito dias após o 1º do ano, estou aproveitando a sabedoria e delicadeza do poeta para ilustrar, com lâminas do tarot, essa sua mensagem de esperança em nossos próprios recursos para criarmos o mundo que queremos viver.

Não que o poema precise de acréscimos visuais extras além daqueles que suas palavras provocam em nossas mentes e corações. Nem pretendo que essas imagens que adicionei sejam definitivas, únicas, ou obtenham unanimidade entre meus leitores. Gostaria que fosse entendido como um exercício pessoal, destinado a me reconectar com as energias que sempre acarretamos aos inícios, sejam eles dos anos, dos ciclos da nossa vida, dos nossos empreendimentos, dos nossos relacionamentos.

Aproveitemos, então, o conselho do poeta e sejamos os Mágicos cujos desejos e ações despertam os novos dias que abrigamos dentro de nós.

 

 

Osho foolPara você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,


Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)

 

 

para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,Tarot__Three_of_Pentacles_by_azurylipfe
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,

 


fairy9_cups260

 

você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,


não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?)

 

 

 

Cups05Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.

Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumidas

 

 


nem parvamente acreditar
42que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando pelo direito augusto de viver.

 

 

Transformation I

Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,tem de fazê-lo novo,

eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.

 

 

 

64-Minor-Wands-Ace-instant ideas
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.

 

 

“Receita de Ano Novo” - Carlos Drummond Andrade

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Tempo de mudar

“Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já têm a forma do nosso corpo, e esquecer nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É tempo de travessia, e se não ousamos fazê-la, teremos nos fixado para sempre à margem de nós mesmos”.

Fernando Pessoa

 

Image-021

 

Imagem: Dark Grimoire Tarot

domingo, 16 de janeiro de 2011

Nada a fazer

 

A

inércia

é

meu  ato

principal

 

Manoel de Barros
“Livro sobre o nada”

 

12-paulinatarot

 

Imagem: “Paulina Tarot”

sábado, 15 de janeiro de 2011

Um simples saco de plástico

Neste momento em que a imprensa do país e do mundo estampam imagens da tragédia que se abateu na região da serra fluminense, reforça-se o necessário chamado de consciência para a questão ecológica.

Ecologia é algo muito mencionado, discutido mas pouco vivenciado. Basta que nos apercebamos de como o planeta está reagindo ao nosso descaso, à nossa inconsequente interferência, à maneira abusiva com que o tratamos, para termos uma visão mais realista da nossa co-responsabilidade em relação à tragédias como essa que ocorreram na região serrana do Rio de Janeiro. Não esquecendo que, há um ano, algo semelhante aconteceu em Angra dos Reis-RJ.

Não adianta agora ficar buscando culpados e, no conforto de nossas supostamente bem protegidas casa, ficar apontando o dedo acusando uns e outros, pelas páginas de relacionamentos sociais. É preciso que reconheçamos a nossa própria parcela de culpa nesse episódio. É necessário que enfrentemos a verdade nua e crua e paremos de transferir nossa culpa para os outros. É preciso que cada um de nós se pergunte: “O que é que eu fiz para evitar que isso acontecesse?”

Tragédias como estas acontecem para transformarem algo e que esse algo seja, antes de mais nada, a nossa maneira de vivenciarmos a nossa responsabilidade pessoal em relação ao assunto. Refletindo como nosso comportamento individual afeta o ambiente de uma maneira muito mais ampla do que pensamos, e que essas consequências podem ser muito funestas, temos a oportunidade de nos corrigir, prevenindo e até evitando que episódios como esses voltem a nos assombrar com seu rastro de mortes e destruição.

Hoje a postagem não traz uma análise de algum dos arquétipos do tarot, ou mostra uma maneira de jogar, ou apresenta uma orientação obtida através de algum oráculo. Hoje, a reflexão a respeito do que devemos saber para o futuro vem através da recomendação de que assistam a um pequeno filme. Se nós aceitarmos o fato que o futuro nada mais é do que uma continuidade, uma consequência, um efeito do nosso hoje, que, por sua vez, é o resultado de ações e eventos passados, esse filme é, então, uma projeção do que pode ser o futuro, baseado do que sabemos do presente.

O futuro não é algo difícil de se predizer quando se tem consciência da extensão das nossas atitudes, dos nossos investimentos e das nossas omissões no momento presente.

ScreenHunter_06 Jan. 15 12.16Ainda que hajam muitas razões para se duvidar, há vida inteligente na internet e o site WWW.FUTURESTATES.TV é um deles. Por que ele é hoje mencionado e recomendado aqui neste blog que se propõem, basicamente, a falar sobre tarot e outros oráculos? Porque ele, à sua maneira, também fala do futuro. E a maneira que esse provável porvir é apresentado é através de pequenos filmes ficcionais que retratam a visão particular de seus autores a respeito do futuro do planeta, da sociedade, baseado na realidade global que hoje presenciamos.

ScreenHunter_01 Jan. 15 12.11O site FUTURESTATES visa mostrar, através de imaginativos filmes de curta-metragem, como será o futuro, baseado na situação ambiental e tecnológica que vivemos hoje, sob a ótica de novos cineastas e pensadores. Ainda que, em sua apresentação, o site se refira às possíveis consequências ambientais que Estados Unidos sofrerão nos próximos anos, creio que possamos estender essa visão para qualquer região do mundo. Afinal o planeta é um só e os donos (e, portanto, responsáveis) somos todos nós, sem limites de fronteiras, de ideologias ou diplomáticos.

ScreenHunter_04 Jan. 15 12.15O filme, cujo link, está anexado à esta postagem é do diretor americano Ramin Gahrani e mostra de uma maneira quase épica o caminho “de vida” percorrido por um saco plástico em busca da mulher que a trouxe do supermercado para casa e que, finalmente, jogou-a fora.

 

ScreenHunter_02 Jan. 15 12.13Em seu atribulado caminho ele encontra estranhas criaturas, conhece a liberdade nos céu, chora a perda de sua ex-dona e tenta agarrar-se a um propósito na vida.

 

 

ScreenHunter_05 Jan. 15 12.15Finalmente, esse saco plástico acaba no oceano, entre as ondas e correntes de marés, em direção à grande concentração de lixo que existe no Oceano Pacífico. O Vórtex. Lá, ele encontra seu nirvana, onde poderá conviver com outros tantos iguais a ele e, aos poucos, nas centena de anos que o separam do seu fim, deixarem desaparecer as lembranças de sua antiga dona.

Como um dado curioso, quem faz a voz do saco plástico é o diretor de cinema Werner Herzog.

ScreenHunter_03 Jan. 15 12.13Ainda que o filme tenha uma qualidade plástica inegável e que a história das aventuras do “imortal” saco plástico em busca de sua dona original seja comovente, ele tem a finalidade de alertar para a durabilidade, a influência e as consequências que um único e simples, aparentemente inocente saco plástico, onde carregamos nossas compras, tem em todo o ambiente, numa região muito mais ampla do que a nossa vizinhança, onde o descartamos.

O site tem um alerta constante na forma de uma reflexão:

Pense a respeito:

Há um minuto atrás, este momento era o Futuro.

Daqui a um minuto, tudo pode mudar.

 

Obs: Clique em qualquer link ou imagem e será automaticamente conduzido para o local do filme.

Imagens: Cenas do filme “Plastic Bag” do site www.futurestates.tv

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Transmutar, em 2 cartas

A semana vai terminando e deixa um rastro de perda e de dor.

Há um grito comum na internet e nos demais meios de comunicação de que é chegada a hora de tomarmos consciência da nossa responsabilidade frente as catástrofes que sofremos. Não é mais possível fazer-se de cego às evidências. Mudanças precisam ocorrer para que outras centenas de pessoas não pereçam em acidentes como os ocorridos na região serrana do Rio de Janeiro nesta semana. Alguns sairão às ruas agitando bandeiras pela necessidade de um maior comprometimento com a ecologia. Outros não deixarão cair na rua, “sem querer”, o papelzinho, a filipeta, o comprovante de venda, o invólucro do bombom, o cigarro que carregavam. Não importa qual seja a dimensão, a forma ou a atitude do comprometimento, é necessário que o façamos, individual e coletivamente, já. O planeta já não suporta o nosso descaso, filhos ingratos que somos, desprezando e maltratando a terra que nos dá as condições básicas de vida.

Utilizei, nesta manhã, as cartas do Lenormand para uma tiragem sobre quais seriam as energias que estaríamos (todos nós) tendo que lidar no dia de hoje e o que deveríamos ou poderíamos fazer para transmutá-la para que trabalhasse em nosso favor.

O método utilizado é bastante simples, conhecido e do qual me valho com muita frequência: embaralha-se as cartas e reparte-se o baralho. A carta que estiver no meio, corresponde à primeira parte da questão. Aquela que for a última, complementa ou responde a informação.

068ac08_b068ac13_b

 

1ª Carta: Qual é a energia que vamos ter que lidar no dia de hoje (e, muito provavelmente, nos próximos dias)?

068ac08_bO Caixão: pode simbolizar acontecimentos ruins, comportamentos destrutivos, atitudes negativas, perdas materiais ou espirituais, fim de relacionamentos, perda de emprego, aposentadoria, doenças e até morte. Enfim, o caixão representa transformações de todos os tipos. Mas, como o Arcano XVI, a Torre, no Tarot, isso tudo pode ter um lado bastante positivo pois pode significar a libertação de um padrão que, este sim, era negativo. O planeta que rege esta carta é Plutão, o renovador, o transformador, o regenerador. Plutão nos fala do ciclo nascimento, morte e renascimento, ou seja, fins e começos. Sua força é a mais exaltada e costuma apresentar-se de maneira bastante agressiva, de forma violenta, explosiva, incontrolável.

 

2ª Carta: Como poderemos transmutar a energia simbolizada pela 1ª carta em algo que nos beneficie?

068ac13_bA Criança: esta lâmina costuma representar, ou anunciar, começo, novidade, inocência, pré-disposição, confiança, surpresa, futuro.

Crianças são imaturas, inexperientes, frágeis, mas são também o símbolo da esperança, da pureza de intenções, da continuidade, do porvir. Tendo a Lua como regente, essa lâmina nos fala de receptividade, de estarmos aptos e carentes para aprender, especialmente através dos sentimentos, das emoções.

 

 

Creio que fica evidenciada, nessa tiragem, que é o momento de nos utilizarmos dos nefando acontecimentos desta semana, dessa absurda e insensata perda de vidas, do que aprendemos com essa terrível experiência e buscarmos não ficar apenas nas lamentações, nas acusações, nos gritos de carpideiras, mas efetivamente fazermos algo para mudar. O que aconteceu, com todas as suas consequências, não deve ser apenas uma lembrança que se apaga bastando termos dias de sol e carnaval pela frente. Devemos fazer dessa tragédia ambiental, dessas vidas que se perderam algo construtivo, que demonstre claramente termos aprendido essa lição. É tempo, como o da juventude retratada pela carta da Criança, de buscarmos aconselhamento, buscarmos informação, aprendermos efetivamente, com humildade e perseverança.

É preciso que reconheçamos os nossos erros, as nossas omissões, a nossa parcela de participação nisso tudo que ocorreu e está acontecendo para que, só assim, possamos mudar. Não se transforma, não se altera, não se muda o que se desconhece ou, pior, o que não se reconhece. De nada adianta assumir passivamente a culpa e buscar um esconderijo na depressão. Mudança implica ação, então é tempo de arregaçar as mangas, dar um passo à frente e tomar controle da situação.

Que o façam os governantes. Para isso foram eleitos e são remunerados. Mas que a população civil não se esqueça que é ela quem deve agir efetivamente. Se eu não parar de fingir que não estou vendo, ou percebendo, que o papelzinho recebido na esquina “escorregou sem querer” das minhas mão e caiu na calçada, não me abaixar para pegá-lo e depositá-lo no lixo mais próximo, de nada adianta alarmes televisivos, notícias funestas em jornais ou mensagens exotéricas. Eu não estarei cumprindo a minha parte, por menos que ela possa parecer.

A lâmina da Criança, em seu aspecto menos favorável, pode simbolizar irresponsabilidade, descaso, imaturidade, descompromisso, uma atitude teimosa, caprichosa e desafiadora. Crianças, às vezes, veem a vida como uma grande e inconsequente brincadeira, um jogo de ganha-ganha. Esse aspecto, esse lado “sombra” da carta também deveria ser enterrado com o Caixão. Enterrado, não para escondê-lo sob um punhado de terra, mas para permitir que seja transformado em algo benéfico, positivo. Não mais, em frente às evidências, pode-se admitir esse tipo de descaso em relação à nossa casa (o Planeta), aos nossos semelhantes e a nós mesmos.

Estou vendo no calendário que celebra-se hoje o Dia do Enfermo. Vamos então aproveitar a data e celebrarmos, com nossas ações e comprometimentos, o dia em que todos começamos a curar a Terra.

 

Ilustração: Oráculo Lenormand

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Liber T, ou Thot reinterpretado

Como sabem, estou iniciando, na próxima semana, um Seminário que se propõe a analisar as lâminas do tarot como imagens, encontrando nas próprias, em suas cores, símbolos, formas, traços e estilos uma linguagem que deveria poder se comunicar sozinha, sem maiores explicações.

Minor-Discs-02 Liber TPreparando o material, reencontrei meu tarot Liber T, que é uma variante, um “filho”, uma reinterpretação do Thot Tarot, do Crowley. Esse tarot, que leva a orientação e a assinatura de Roberto Negrini é, na minha opinião, uma bela homenagem ao trabalho da dupla Crowley-Harris. E quando digo bela homenagem me refiro à beleza plástica transmitida pela reinterpretação do artista italiano Andrea Serio.

O primeiro contato que tive com a arte de Serio foi assistindo aos créditos de abertura de um filme chamado “Eros”, onde se reúnem 3 histórias cujo tema é o erotismo. A primeira, dirigida por Michelangelo Antonioni (em seu último trabalho no cinema) tem, em sua apresentação imagens absolutamente oníricas desse artista, acompanhadas por uma das mais belas canções compostas (e interpretada!) por Caetano Veloso.

O primeiro tarot ilustrado por Andrea Serio que encontrei para comprar foi o Dante Tarot que, beleza gráfica indiscutível à parte, causou-me uma das maiores frustrações que tive pois nunca consegui compreender as alterações e substituições nos naipes e, consequentemente, relacionar as cartas à simbologia convencional do Tarot. Li e reli o L.W.B. um milhão de vezes, consultei sites, entrei em forums, e fiquei com as mesmas grandes dúvidas. Independente disso, utilizei-o algumas vezes, ao longo dos anos, como objeto de exercício de contemplação.

Quando me deparei com o Liber T, já havia lido diversas críticas, quase sempre negativas ao mesmo. É claro que ninguém precisa de uma reinterpretação do Thot Tarot. Ele, por si só, basta e é um marco entre tantos outros que surgiram antes e depois. Mas penso que, indiferente às intenções de seu idealizador, o estudioso Roberto Negrini, o resultado obtido por Serio justifica, por si só, a presença desse maço de cartas numa coleção.

Ao contrário do Dante Tarot, já usei muito o Liber T em leituras e sempre me pareceu que suas imagens se comunicavam de maneira mais direta e eficaz com os Consulentes. A impressão que tenho dessas leituras é que eles, Consulentes, conseguiam relacionar melhor o que lhes estava sendo dito com as figuras nas cartas à sua frente. Talvez porque Andrea Serio, ao invés de substituir as imagens por outras, parece criar uma divisão nas cartas e acrescentar um “complemento visual” à imagem original. Um apêndice inútil, dirão os puristas. Pode ser. Mas o que sei é que isso já foi feito inúmeras vezes e com maior ou menor sucesso com tarots como, por exemplo, o do Waite. Eu mesmo tenho umas 5 versões (fora os “clones” disfarçados) desse tarot com figuras pintadas por Pamela Smith em que se alteram cores, muda-se o ponto de vista, usa-se montagens fotográficas que são cópias perfeitas das cartas originais, etc

Como sempre digo, não importa o tipo, a procedência, a autoria, o formato, a raridade ou o valor pecuniário das cartas usadas, desde que elas induzam o tarólogo a estabelecer um contato com o seu inconsciente, libere sua intuição e possa realizar uma leitura adequada e satisfatória.

Tirei, ao acaso, uma carta do maço e aí está, ilustrando esta postagem, o 2 de Ouros, Senhor da Mudança Harmoniosa. Com essa carta fica muito fácil observar o estilo do artista, o material usado (sempre pastel sobre papel) e a maneira que ele “relê” a imagem de Lady Frieda Harris e o que ele modifica e acrescenta ao conteúdo imagético da lâmina.

Thot Minor-Discs-02Se a imagem do Thot Tarot privilegia o ouroborus, fazendo que ele ocupe toda a extensão vertical da carta, enfatizando a visualização do “8” criado pela lemniscata formada pela serpente coroada, Andrea Serio parece, com a imagem do selvagem gigante negro auto-decapitado, falar muito claramente de uma mudança de maneira de pensar, de agir, de conduzir, de se comportar, de manter, de abdicar. Enfim, o ato de proporcionar-se, mesmo dolorosa ou radicalmente, uma oportunidade de modificar valores pessoais ou de, pelo menos, reavaliá-los comparativamente.

Não vou me estender sobre as possibilidades interpretativas desta carta. Não é o meu objetivo neste post e se alguém se interessar em saber como eu me relaciono com ela, basta procurar postagens mais antigas na seção “Arquivos do Blog”. O que me interessa é a iconografia da carta, os elementos gráficos utilizados, e aí então penso que a imagem é forte o suficiente e que basta a mais rápida observação para entendermos que a figura grande e forte, prepotente e selvagem, representa o aspecto punhalmaterial, o elemento Terra. O punhal pode nos remeter à idéia de corte, de mutilação, de sacrifício, de investigação, de uma operação, de um rompimento, de uma abertura, enfim. E o que é que ele cortou? A cabeça. Uma mudança de forma de pensar a respeito de cabeçaalgo concreto, material. Uma adaptação (com a cabeça sobre os ombros esse gigante não caberia na carta) às condições materiais. E como a cabeça passa a ocupar, agora, um lugar próximo ao coração, é provável que ele nos incite a refletir sobre uma necessidade de um controle da própria vida que reúna e melhor harmonize os planos mental e emocional, o espiritual (cabeça) e o material (corpo).

No peito, um escaravelho, animal solar sagrado, gestado e nascido deescaravelho dentro da própria terra, símbolo da ressureição. E não é verdade que uma mudança de atitude, uma alteração na organização, uma busca de um novo equilíbrio em todos os planos, é um renascer? Uma nova oportunidade que nos concedemos? De uma pequena moedasbolsa que carrega, caem moedas, sementes de uma nova colheita, novos investimentos realizados com o produto de uma estabilidade já adquirida. No ombro, próximo onde se localizava seu ouvido direito, a abertura para o lado direito do cérebro, onde se processam as atividades menos racionais, um pássaro, animal quepassaro voa e que simboliza a comunicação entre o Céu e a Terra. O vôo dos pássaros era observado como uma das possibilidades de prever, de vaticinar acontecimentos. Posso ampliar essa interpretação considerando-o a “voz” psico-espiritual que induziu nosso gigante a experimentar novas alternativa, a buscar reencontrar o equilíbrio entre o trabalho e o prazer, a reestruturar-se, a saber lidar melhor com situações simultâneas, a ter “jogo de cintura”, etc.

A paisagem retrata, ao fundo, 2 elevações de terreno de iguais proporções, mas em cujo topo reside a diferença: numa, uma esfera; na outra, uma forma oblonga, achatada. Um majestoso poente, do qual a figura se afasta com passos firmes por uma estrada sólida, definida e sem acidentes, representa o ocaso de uma situação, de uma experiência, de ouroborosuma forma de agir. A flexibilidade na maneira de pensar, de conduzir-se, de saber intercambiar situações que parecem antagônicas, de manter-se em movimento constante, é reforçada na presença do ouroboros, agora na forma de um “8” horizontal, estabilizado, contendo os símbolos chineses Yang e Yin.

Análise completa? Assunto esgotado? Nunca! Não falei da distribuição espacial, não fiz observações sobre o uso das cores, deixei de lado muito do que lá está e estou certo que se continuar a olhar para a carta irei reescrever partes deste texto, e se permanecer estudando-a, provavelmente o reescreva inteiramente, tão fantástica é a forma que apreendemos e decodificamos imagens.É estimulante saber que a cada vez que me deparar com essa imagem, nela encontrarei outros subsídios, outras analogias, novos recursos que libertarão meu inconsciente, utilizando-a como uma chave lhe dê acesso a melhor se comunicar.

 

Caetano Veloso canta tema de “EROS” sobre imagens de Andrea Serio. Abertura do filme “Il Filo Pericoloso delle Cose”, de Michelangelo Antonioni.

Imagens: “Liber T Tarot”, por Roberto Negrini e Andrea Serio; “Thot Tarot”, por Aleister Crownley e Frieda Harris

Video: Abertura de “Eros”, filme de Michelangelo Antonioni, localizado no YouTube:

domingo, 9 de janeiro de 2011

A semana que se inicia

madam-endora-oracleCreio que já escrevi aqui, por diversas vezes, o quanto eu sou apaixonado por oráculos, especialmente aqueles que são lidos através das imagens impressas em cartas. É um prazer sensorial associado a um ainda maior, que é a contemplação das lâminas, a busca por detalhes ainda não percebidos, o deixar-me envolver pelas cores, formas, traços. Ficar buscando símbolos às vezes mais intrigantes e, procurando-lhes o significado. Apreciar a arte de quem desenhou ou pintou as cartas e imaginar o processo criativo envolvido. Tudo isso me fascina tanto quanto as possibilidades oraculares contidas naquelas figuras.

Às vezes, quando me sobra algum tempo, gosto de ler para mim. Não é algo que eu faça com frequência. Aliás, passo meses sem buscar orientação nos meus baralhos. Hoje, enquanto organizava um material que deverei usar na próxima semana, resolvi me conceder um tempo (afinal até os workholics merecem um descanso) e, para não perder o costume e usando o Madame Endora’s Fortune Cards, fiz uma leitura básica.

O Madame Endora’s é um conjunto de 48 lâminas, de grande tamanho, ilustradas por Christine Fillipak. Na minha opinião é uma das mais bonitas coleções de imagens que eu já encontrei num oráculo. As figuras são muito sugestivas, as cores intensas  e o fundo negro das mesmas realça os detalhes requintadíssimos dos desenhos. Se eu tiver uma crítica menos positiva em relação a essas cartas é o fato delas trazerem uma pequena frase-comentário-explicativo em cada uma. Na minha opinião, a primeira impressão com a imagem pode ficar comprometida pelo fato de sua autora sugerir um significado para cada carta. Mas certamente haverá quem achará esse recurso muito útil e outros que nem lhe darão atenção.

As cartas são classificadas em grupos que levam os seguintes títulos: A Corte Real, No Mundo das Fábulas, O Bestiário, O Tesouro e Os Elementos.

Bom, voltemos à leitura que fiz utilizando 6 cartas desse oráculo. Minha questão foi bastante simples e prática:  quero saber sobre as energias com as quais terei de lidar na próxima semana. Para tanto utilizei um esquema bem simples e bastante comum em qualquer livro sobre jogos de tarot e outros oráculos, onde a 1ª carta representa o motivo e/ou o tema da consulta em si, além de também poder representar o momento atual de quem consulta. As outras 5 cartas referem-se a aspectos básicos e generalizados da nossa vida: saúde, preocupações, amor, amizade, possíveis obstáculos, espiritualidade, harmonia, riquezas e bens materiais.

As imagens abaixo retratam a posição das cartas na jogada escolhida. A sequência da leitura é feita de baixo para cima, devendo o Punhal, neste caso, ser a primeira carta a ser interpretada.

0635

24

0407

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Momento Atual: O PUNHAL

30É bem verdade que estou me sentido pressionado com a quantidade de trabalho e compromissos que assumi recentemente. Não posso dizer que estou arrependido, mas tenho medo de não conseguir cumprir minhas metas (sou meu pior carrasco!) e vir a frustrar expectativas alheias. São 3 novos cursos sendo planejados para iniciarem a partir do próximo mês, um seminário que começa em uma semana, postagens quase diárias em 2 blogs, matérias para serem escritas para outros veículos, consultoria e atendimentos diários. Além disso, acumulam-se livros comprados e ainda não lidos, novos tarots e oráculos que mal foram tirados de suas embalagens, sites e páginas de internet a serem lidas e estudadas, etc. A imagem do punhal é muito apropriada como ilustração pois tenho mesmo a sensação de ter uma espada sobre minha cabeça, ameaçadora, lembrando-me a todo momento de quanto há por fazer.

Essa carta é um retrato fiel do desgaste a que estou me impondo e a ansiedade vivida pelo temor do não cumprimento de prazos, atraso nos compromissos, cancelamento de consultas.

 

Saúde e Bem Estar Físico: O CAVALEIRO

04Pelo menos a saúde parece estar indo muito bem! Resolvi começar o ano fazendo uma dieta de desintoxicação e voltando a caminhar por pelo menos 90 minutos todos os dias. Me pergunta se eu gosto? Não mesmo! Detesto exercício físico e tenho tido desejos de grávida, sonhando com doces, comidas exóticas, bolos envoltos em camadas e mais camadas de creme, panetones recobertos de chocolate sendo comidos no café da manhã…

Mas venho conseguindo me manter firme na promessa. Acho que esse era o compromisso dos Cavaleiros medievais: cumprirem com a própria vida a promessa servirem ao seu Rei e/ou sua Rainha. O que me anima (mas não me conforta…) é ler na carta o seu subtítulo: Triunfo sobre a Adversidade. Nada mais verdadeiro. É um triunfo da minha vontade. Além disso, a carta me faz pensar que esse caminhar diário (cavaleiro, cavalo…) deve estar me fazendo muito bem mesmo, ativando meu metabolismo, reforçando minhas defesas, me dando mais energia e, portanto, disposição. Portanto, coragem!

 

Amor e Amizade: O ARLEQUIM

07Essa figura mascarada não é um encontro agradável. Aliás, gente mascarada ou mascarar situações é algo mesmo abominável. Numa posição que leva a pensar sobre as relações de amizades, confesso que encontrar essa figura não me surpreende de todo. Infelizmente nem todos que se proclamam seu amigo são sinceros. O próprio convívio social muitas vezes nos obriga a vestirmos nossas máscaras a fim de sobrevivermos melhor e sem muitos problemas. Mas tem gente que faz disso uma religião. Esse é o amigo-urso, aquele que aproveita para sufocá-lo enquanto o abraça, que utiliza o outro sempre de maneira comparativa, sempre como um ataque à sua baixo-estima.

Talvez essa constatação, lembrada pela carta, devesse me chatear mais do que acabo ficando. Creio que o próprio exercício da minha profissão me deixa muito sensível às situações e ao comportamento das pessoas e acabo por perceber esses mecanismos antes mesmo que eles se revelem. Lidar com a inveja, o ciúme, é muito complicado. É bom que tenha vindo a confirmar o que eu já vinha pressentindo mas talvez não quisesse reconhecer.

Preocupação Atual / Motivo da Consulta: A ARANHA

24Essa foi na mosca! Reconheço que meu sentido de responsabilidade, a minha tendência em buscar um perfeccionismo nos projetos em que me envolvo, as minhas cobranças pessoais em relação aos meus compromissos, tudo isso acaba sendo uma armadilha na qual eu mesmo me aprisiono. Tal como uma aranha que metódica e pacientemente tece sua teia a fim de surpreender suas presas, eu também acabo por exigir muito da minha produção e a estabelecer metas, talvez bastante difíceis de serem cumpridas, para a obtenção de resultados que me interessam.

Talvez essa carta venha como uma lembrança de que devo reaprender, também, a dizer não e, assim, evitar sobrecargas desnecessárias. Uma coisa de cada vez. A Aranha não constrói duas teias ao mesmo tempo, não é mesmo?

Muito provavelmente essa lâmina aí esteja para me recordar que devo ser melhor estrategista, planificar e detalhar mais as minhas ações durante esta nova semana, calcular melhor metas e possíveis resultados e ser minucioso no que me propor a fazer.

Portanto, lição a ser retirada dessa carta é: não ser precipitado, não querer fazer tudo ao mesmo tempo, exercitar a paciência e a perseverança e, finalmente, ser meticuloso naquilo que deve ser feito.

 

Equilíbrio Espiritual: O TROVADOR

06Felizmente um alegre e animado poeta e cantor para representar o meu estado de alma durante a próxima semana. Bom sinal! Essa figura precursora dos nossos seresteiros, o menestrel também cantava o seu amor pelas ruas e praças. E daí, como é que uma carta como essas pode ser lida numa posição que nos fala da nossa espiritualidade, da nossa harmonia interior?

A primeira coisa que me veio à mente foi a da necessidade de exaltar e agradecer. Agradecer ao Universo, agradecer aos meus amigos, à minha família, aos meus clientes, às pessoas que me fazem feliz com suas presenças, com sua atenção, com sua clareza de intenções e fidelidade. Agradecer de forma simples, mas sincera, deixando falar a voz do coração. Literalmente cantando as minhas bem-aventuranças.

Mesmo não sendo uma pessoa que professa uma religião, sempre que tive oportunidades, fui assistir às missas nos mosteiros beneditinos dos lugares onde vivi ou visitei, no intuito exclusivo de ouví-los salmodiarem. Cantar é uma forma de oração, onde as vozes, como a fumaça dos incensos, parecem ascender ao Mais Alto. A poesia dos Salmos recitada à maneira gregoriana dentro daqueles enormes templos imersos na penumbra, sempre provocaram em mim o que eu chamo de “realinhamento instantâneo dos chacras”. Saía de lá, para a luz do dia, com outra energia, outra disposição, reconectado comigo e com o Universo.

Talvez essa seja mesmo uma boa idéia e, logo após publicar esta postagem, eu vá buscar esse reforço para viver uma semana mais harmoniosa, centrado nos meus objetivos e compromissos, mas com a alma desperta e em comunicação com o Criador.

 

Riquezas e Propriedades Materiais: AMOR

35Creio que nenhuma palavra poderia parecer menos apropriada quando o assunto é dinheiro, bens de consumo, coisas materiais. Entretanto é preciso também amar aquilo que possuímos, aquilo pelo qual dedicamos tempo, esforço e muito trabalho para adquirir. Viver num mundo concreto, real, feito de pura matéria e querer ignorar esse fato é tolice e, como tal, só pode levar a uma desarmonia geral.

Creio que essa lâmina surge, como a última, nesta leitura, exatamente para lembrar-me que é preciso colocar mais do que tempo, esforço, conhecimento e responsabilidade nos meus projetos e compromissos. É preciso que, e em especial nesta semana que se inicia, eu coloque uma dose extra de amor. É preciso que eu volte a encontrar um prazer amoroso nas minhas obrigações e não simplesmente encará-las como desafios a serem vencidos, vestibulares diários que provem, a mim mesmo, minha capacidade. É preciso que eu substitua a adrenalina pela endorfina.

Como todas as pessoas, o meu mais precioso bem material é meu corpo. É a ele que eu tenho que dedicar uma atenção mais amorosa para que ele possa me servir melhor. Se há um investimento a ser feito nesta semana, provavelmente seja  na minha saúde, na minha aparência, no meu bem estar. Permitir-me mais tempo para o relaxamento, mais tempo para recarregar as baterias. Não consigo evitar uma frase-feita e o lugar-comum: como é que se pode querer amar e servir ao próximo quando a gente se esquece de dedicar atenção e cuidados amorosos a si mesmo?

Em resumo: nesta semana devo refletir melhor sobre a recuperação da alegria e espontaneidade na forma em que conduzirei meus compromissos e obrigações, sem, entretanto, perder de vista meus objetivos mas exercitando a calma e a paciência, sobretudo respeitando melhor os meus limites. Devo estar mais atento e não me deixar vampirizar por quem se faz passar por amigo. Isso é sempre desagradável até de se pensar, mas é melhor cortar o mal antes que ele tome forma e se enraíze. Devo continuar no meu controle alimentar e me manter firme em minha proposta de atividade física, sendo que esse tipo de investimento, digamos “amoroso”, na minha pessoa, além de necessário, deverá render bons dividendos. Pelo menos, espero, os que justifiquem os sacrifícios… A semana promete ser boa para o exercício e a manutenção das minhas energias espirituais, o que me deixa muito tranquilo, visto que estar em harmonia físico-mente-emoção-espírito é uma constante em minha vida. E não posso deixar de agradecer, a todo o tempo, pelas oportunidades que me são dadas, pelo amor que desfruto, pela saúde e segurança que tenho, pela confiança que me é depositada, pelos desafios que me são propostos e que me fazem querer evoluir cada vez mais. Obrigado. Obrigado. Obrigado

Boa semana para todos!

Imagens: Madame Endora’s Fortune Cards