segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

O Chicote e o Bolero de Ravel


O "Bolero", de Maurice Ravel, talvez seja uma das composições chamadas "eruditas" mais executadas e apreciadas. Sua música, envolvente e repetitiva (um "leit motif" que vai num longo crescendo até o dramático final) já serviu de inspiração para ballets (a coreografia de Maurice Béjart é tida como imbatível) e filmes ("Retratos da Vida", de Claude Lelouch é um deles). 

Mas o que me interessa, como tarólogo e cartomante, é a possibilidade de comparar o ritmo invariável e a melodia repetitiva da música, bem como o preparo físico do corpo de baile e sua aparentemente incansável repetição de gestos e passos, além da evidente sensualidade sugerida por seus movimentos com a carta do CHICOTE, do Baralho Lenormand (também conhecido como Baralho ou Tarô Cigano).

Ações repetitivas, eventos e movimentos regulares e contínuos, inclusive a sugestão de atividade sexual, além do vigor, excitação, exaltação e stress físico e mental entre os envolvidos, são algumas das características da carta 11, o CHICOTE (ou a VASSOURA, dependendo da imagem usada no baralho ou a origem do mesmo). Chicote, para ferir, e Vassoura, para varrer, não são utilizados em um único movimento, mas numa sequência regular, metódica, rotineira, até mesmo tediosa.

Vale apreciar, no vídeo abaixo, não apenas a música, que como o CHICOTE, é dominante, marcante e poderosa, mas também a coreografia, desta vez adaptada para o flamenco, brilhantemente interpretada pela Companhia de Flamenco de Antonio Márquez, famoso bailarino e coreógrafo espanhol.





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