quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Carta do Dia: 5 DE ESPADAS


Numa dessas festas de final de ano encontrei uma querida amiga que já algum tempo não via.
Estávamos atualizando nossos assuntos quando ela comentou o quão estressada estava pois iria receber parentes de diversas cidades para o Natal e esses encontros sempre acabavam numa verdadeira "lavagem de roupa suja".
Comentava ela que, apesar de todos se relacionarem bem quando distantes, isso tudo parecia se deteriorar muito rapidamente quando se encontravam e as festas de final de ano e os velórios (!) pareciam ser as datas de escolha para que velhas implicâncias, ciúmes e invejas antigas, frustrações e pequenos desentendimentos aflorassem de maneira bastante incandescente. Ao final, quem saía bastante destruída desse ringue era ela própria, pois vivia o conflito de todos, os seus próprios, acabava também extravazando suas mágoas e rancores e, ainda por cima, tinha que dar uma de juiz, de conselheira, de terapeuta, etc e tal. Como seria natural, acabava não havendo vencedores e nem vencidos, apenas gente profundamente magoada por todos os lados.
Nesse nosso encontro ela me disse que, exatamente por isso, a simples idéia de festas natalinas e a constatação de que elas se aproximavam, lhe provocavam as mais diversas e terríveis formas de medo e aflição.
Hoje pela manhã, ao ver que a Carta do Dia era o 5 de Espadas, lembrei-me imediatamente dessa nossa conversa.
Esse arcano é considerado um dos mais difíceis de serem interpretados pelos tarólogos. Em princípio ele alerta para brigas, discussões, críticas, traição, derrota, abatimento, humilhação, inveja, vingança, infâmia, infortúnio, sadismo, falta de escrúpulos, demissão de emprego, armadilhas, e todas as outras maneiras que vocês conseguirem se lembrar que possam tornar a vida de qualquer ser humano num verdadeiro inferno, num infindável pesadelo.
Pois é: essa carta, numa leitura de tarot, pode representar tudo isso mesmo. Mas, e é muito importante que percebamos isso, ela representa sobretudo o nosso próprio medo de vivenciarmos essas derrotas, esses fracassos, de sucumbirmos a essas ditas armadilhas, etc caso eles realmente se apresentem.
Ela, em verdade, prenuncia uma energia bastante negativa, fruto da nossa própria mente, que está incapaz de reconhecer que o medo que sentimos é de natureza irracional , não significando, de forma alguma, uma situação real.
Para libertar-se desse medo (de sucumbir, de perder a batalha, de sofrer, de ... tantas coisas!) é preciso, antes de mais nada reconhecê-lo e aceitá-lo. Só assim tomamos real consciência da sua dimensão, da sua importância e podemos combatê-lo.
O estresse, as pressões do nosso dia a dia parecem mesmo se acumular para serem regurgitadas ao final de ciclos (fim do ano, velórios, aniversários, por exemplo). É uma panela de pressão que ao explodir, espalha não só o seu conteúdo como também parece acrescentar a ele tudo o mais que um dia nela já foi contido.
O que eu aconselharia a essa minha amiga seria peguntar-se: "Vale a pena?", "O que e por que é tão importante para mim provar que os outros erram ou erraram e eu estou certa?", "Estarei procurando impor os meus interesses (sentimentos, frustrações, medos, angústias, incapacidades, desesperanças, falta de fé) sobre os dos demais?", "Quem irá lucrar (melhorar, progredir, transmutar, evoluir, crescer) com isso?", "O que essa experiência irá me ensinar (para o meu crescimento, minha evolução, meu progresso, minha melhora em todos os aspectos) se eu vivenciá-la?".
E continuando com o minha sugestão eu diria a ela para analizar de maneira fria e bastante imparcial a situação como um todo (afinal é uma carta de Espadas = Ar = Mental) e enfrentar tudo da melhor maneira possível, isso, é claro, depois de reconhecer a sua parcela de participação para que as coisas chegassem ao ponto em que chegaram. Superar o medo de perder o controle, de enfrentar situações que possam parecer penosas, o medo de perder uma batalha, de ser derrotada em algum argumento. Desisitir do orgulho.
Enfim, o antídoto para vencer o 5 de Espadas está exatamente no otimismo, na coragem, na harmonia interior, nas ações positivas. Lembre-se que o chamado "destino" pode ser alterado quando estamos equilibrados e trabalhando nos nossos objetivos.
Portanto, aproveitem a noite de hoje para celebrarem exatamente o nascimento de uma filosofia, de uma ética, de uma idéia que nos ensinou o amor e, por conseguinte, a compaixão: o carregar os nossos fardos e, ainda sob o peso dos mesmos, ajudarmos aos nossos semelhantes carregarem os deles.
É tempo de celebrar a vida e tudo o que ela de bom tem para nos oferecer. O que passou, passou. Só volta se quisermos, e ainda assim, alterado, destitiuido de valor e importância, cheirando a mofo.
Vivencie o amor incondicional. Mas in-con-di-ci-o-nal mesmo!
E Boas Festas!

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