quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Carta do Dia: 9 DE PAUS


Esta manhã, depois de ter feito a tiragem da Carta do Dia, e antes de começar a escrever este texto, resolvi que seria o melhor momento para fazer minha caminhada diária. A temperatura está mais amena e o sol ainda não brilha com tanta intensidade.
Na volta, enquanto aguardava o sinal para poder atravessar a avenida, olhando para o chão observei, surgindo num canto entre a calçada e o asfalto, umas três folhinhas verdes presas a um débil, porém atrevido e bastante arrogante, galhinho. Provavelmente uma amendoeira dessas muitas que enfeitam as nossas avenidas.
Nesse minuto em que continuei aguardando o sinal para os pedestres, fiquei completamente absorto e encantado por aquela imagem de força de vontade e resistência. No meio do caos urbano, enfrentando milhares de pessoas que por ali passam, varredores de rua, carros, animais, essa plantinha decidiu desafiar tudo e a todo. Usando de todos os seus recursos naturais, da força germinal contida em sua semente, nutrindo-se muito mais da sua própria seiva do que do ambiente inóspito que resolveu enfrentar, ela rompeu, com aquele projeto de tronco e algumas brilhantes folhinhas o concreto e o asfalto, estabelecendo-se dona de um lugar no corpo da cidade.
Fico pensando quantas vezes essa amendoeirazinha contorceu-se, estirou-se e retrocedeu em sua busca de sol, de ar, de água, de vida. E, nesta manhã, guerreira como ela só, lá estava, uma vez mais lutando pelo seu direito de vever plenamente, indiferente aos pisões que deve levar, à poluição e à sujeira que a cercam, ao notório fato de que não pode mover-se, não tendo alternativa a não ser adaptar-se e crescer, rumo ao céu, ali mesmo, tendo uma caótica avenida como canteiro e paisagem.
A coragem, a força de vontade, o pureza do seu instinto natural, sua energia e seu vegetal, se assim posso dizer, entusiasmo, foi um presente que recebi do Universo, nesta penúltima manhã do ano, ao fazer-me parar naquele lugar, esquecer-me por uns instantes de toda a tensão que me cercava na cidade que amanhecia, e poder ver, magnificamente transposta para a realidade, a mensagem do 9 de Paus, a carta que eu havia tirado mais cedo.
Nestes dias, em que fazemos listas de projetos, revemos os dias passados, nos arrependemos de algumas situações que crriamos, rimos de outras e nos cumprimentamos pelos acertos obtidos, o 9 de Paus surge para nos lembrar que quando acreditamos ter chegado ao limite das nossas forças, que continuar está fora de cogitação, que o medo de revivermos situações infelizes nos impede de continuar, nosso guia interior, nossa intuição parece abrir uma reserva de energia extra e, lá vamos nós, novamente batalhar pelos nossos interesses e ideais.
Essa é uma carta que nos fala de força, resistência, vontade e determinação, de nossos poderes insconscientes que vêm nos resgatar, manifestados das mais criativas maneiras, quando deles mais necessitamos. Nos lembra a aproveitar nossa energia inspiradora e, confiando em nossa intuição, com muito entusiasmo, disciplina, bastante cautela e a sempre bem vinda prudência ao agir, nos arriscarmos mais uma vez em busca de atingirmos os nossos objetivos.
Pode ser que tenhamos que tolerar alguma espera, diversos obstáculos, contrariedades, e, até mesmo, momentos de confessa perda das nossas convicções. É então que devemos nos retrair, mas nunca fugir. Nos recolher para alguns instantes (lembre-se que estamos na semana da Sacerdotisa... leia o meu texto de domingo passado, dia 27) de contemplação da própria situação e das nossas metas, resgatarmos o que aprendemos da nossa experiência prévia e, tratadas essas nossas feridas de batalha, e só então voltarmos à carga total, usando nossa poupança energética, parece ser uma alternativa bastante promissora.
Quando essa carta aparece numa leitura de Tarot ela significa tudo o que escrevi até agora, e ainda o seguinte: começo de novos projetos com expectativas muito favoráveis; fortalecer-se fisica, moral, sentimental e espiritualmente através de batalhas vivenciadas; termos o cuidade de não vermos a cada dificuldade um monstro que nos ameaça, mesmo até demoois de vencido; do fato de necessitarmos reforçar nossas defesas por estarmos convivendo com alguém, ou mais pessoas, sugadoras das nossas energias; paciência, pois é uma carta que indica alguma demora; uma grande energia sexual; a possibilidade de sermos pegos de surpresa; que a hora da "volta por cima" chegou.
Vi naquela plantinha a lição de despedida que 2009 ainda insistiu em me dar: que a vontade e a imaginação ao agirem juntas, podem transformar sonhos em realidade.
Obrigado amendoeira. Obrigado 2009.

Bom dia para todos!

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