quarta-feira, 2 de junho de 2010

Carta do Dia: 7 DE OUROS

      Minor-Discs-07Old Time As semanas passaram rápidas e a tia estava quase recuperada. Os médicos haviam dito que, apesar da idade, a fratura na perna havia se consolidado e que, em muito breve ela poderia caminhar sem o auxílio de muletas e, inclusive, voltar ao trabalho.

     Ela sabia que logo, logo haveria de procurar emprego, visto que não havia razão para a família manter 2 cozinheiras e, desde o primeiro momento, ela estava consciente de que aquele era o lugar conquistado pela tia, ao longo de muitos anos de dedicação e trabalho, e que ela tivera a honra de substituir. A família demonstrava gostar muito das suas aptidões culinárias, da sua criatividade e capacidade de combinar diversos pratos, de origens diversas, e fazer, a cada dia, um cardápio que encantava a todos. A filha da patroa, inclusive, queixava-se, em tom de brincadeira, que por causa dela havia engordado não se sabe quantos quilos. As amigas da dona da casa, a cada almoço, lanche ou jantar que ela oferecia, faziam questão de irem até a cozinha cumprimenta-la, dirigindo-lhe os maiores elogios e, muitas vezes, pedindo a receita dos pratos por ela preparados.

     Talvez a mais assídua dessas convidadas fosse a famosa jornalista, que escrevia sobre gastronomia em diversos veículos de comunicação e, inclusive, atualmente prestava uma assessoria a um programa matinal da TV onde a execução de receitas, as mais diversas, era o ponto alto. Essa jornalista, que havia conhecido seus talentos especialíssimos através de um simples e bem caseiro bolo de fubá com pedacinhos de goiabada cascão e finas lâminas de queijo coalho, era quem mais atenção lhe dedicava, questionando-a sobre os produtos usados nas receitas, as quantidades, os tempos de cocção ou de forno. Desde quando recebera o bolo, levado como presente, interessara-se por ela e enviava-lhe, regularmente, diversos recortes traduzidos de revistas estrangeiras, e matérias de publicações nacionais, para que ela lesse, se informasse, e colaborasse para que a sua criatividade fosse sempre estimulada e seus horizontes alargados.

     Ela sentia-se envaidecida com toda a atenção que seus dotes culinários despertavam em todas aquelas pessoas tão acostumadas com os melhores restaurantes, com saborosas comidas provadas nos mais distantes cantos do mundo, que possuíam em suas casas cozinheiros formados em escolas de reconhecida importância. Ela não tinha do que se queixar. Tinha uma convivência extremamente amorosa com a tia e as primas, trabalhava no que mais amava, ganhava muito mais do que sonhara receber, era bajulada pelos patrões, seus amigos e convidados, e pelos outros serviçais que atendiam a família. Bem, o único que se queixava, em tom de brincadeira, mas certamente dizendo o que sentia, era o motorista. Ele sempre reclamava do fato dela estar totalmente imersa em seus afazeres na cozinha, e, mesmo quando ela a levava e trazia das compras nos supermercados, nas delicatessens, nos hortifruti, ela estava ora estudando um livro de receitas, ora lendo uma matéria de uma revista sobre doçaria, comidas típicas ou bolos decorados que a jornalista especializada lhe enviava.

     Ele ficava intrigado com o fato de, diferente das outras moças, ela não querer sair aos finais de semana, de sentir-se bem na companhia da tia, de não estar mais interessada em conhecer os lugares interessantes da cidade ou mesmo ir passear pelos shoppings centers. Ela sorria, explicava que estava feliz, sim, e muito, mas que esse era o momento dela aprender mais, dela compreender, de uma forma explicada nos livros, da química do preparo dos alimentos, coisa que ela sabia apenas instintivamente. Ele sorria, meio entristecido, mas admirava a sua vontade em aprender, em especializar-se. Compreendia a sua ambição em evoluir. Reconhecia nela algo muito especial, uma paixão que nunca havia visto ninguém demonstrar, com tal intensidade, pelo trabalho. Ele gostava muito dela. Ela percebia. Qual é a mulher que não sente quando é amada?  Mas, naquele momento, todo o seu ser estava voltado para a sua evolução profissional. Sabia que ali estava a garantia de realização de todos os seus demais sonhos.

     Portanto, não foi surpresa alguma quando, na volta da tia ao trabalho, e depois da família ter-lhe agradecido de todas as maneiras possíveis, inclusive com o pagamento de um régio salário extra, pelas semanas de verdadeiro paraíso dos sentidos que viveram através dos seus dotes na cozinha, a jornalista convidou-a para trabalhar para ela. Era, sem dúvida, o maior elogio que poderia receber, e aceitou-o prontamente. Sabia, no fundo do seu coração, que mais uma etapa de sua vida começava naquele novo emprego. Ela estava feliz.

     Quando um 7 de Ouros aparece numa jogada de tarot, dependendo sempre da sua localização e das demais cartas que o acompanham, bem como da questão proposta pelo Consultante, pode simbolizar que o Consultante está fazendo uma revisão dos resultados e determinando novos objetivos a serem alcançados. Os frutos do trabalho só farão felizes aqueles que identificarem neles a verdadeira expressão de seus interiores. A pessoa consegue avaliar o seu progresso através da avaliação das suas experiências. É um momento em que, olhando para o passado, a pessoa percebe, com satisfação, o caminho percorrido e os êxitos obtidos. Existem assuntos práticos, objetivos, que o Consultante só conseguirá resolver na medida em que toma consciência de seu próprio destino, ou seja, do seu propósito na vida. Até mesmo os fracassos são importantes para o Consultante, isto se eles indicarem o que não é importante para a sua realização pessoal. O que tiver sido construído já tem uma certa autonomia e pode evoluir por si próprio. O trabalho árduo e a determinação começam a apresentar resultados sensíveis que vêm as frustrações dos erros passados. Melhora sensível no estado de saúde.

     Numa posição menos privilegiada, o 7 de Ouros mostra uma grande insatisfação. O Consultante sente-se preso a um trabalho, a um relacionamento, a um compromisso que não o satisfaz, não lhe proporciona nenhum prazer. Pode significar uma piora no estado de saúde. Fraqueza. Estagnação. Perder coisas de valor. As coisas não saem da maneira que o Consultante planejara e algo morre pelo caminho. Período de inquietação. Desânimo. Bancarrota. Falência. Investimentos mal sucedidos.

     Sob os auspícios do astuto, hábil e eloquente Mercúrio, regente das quartas-feiras, e com a Lua Cheia transitando em Aquário, estaremos vivendo uma energia bastante estimulante que, com criatividade, nos ajudará a ultrapassarmos os nossos problemas. Estejamos atentos a observar e interpretar os sinais que se farão notar em nosso cotidiano. Eles serão de grande ajuda para que possamos encontrar a nossa própria medida, nossa própria importância, o que fará com que cresçamos na medida que nossas atividades, nosso trabalho, também evolui.

     Tenham todos um muito produtivo dia!

Em Julho:
 CURSO DE TAROT: ARCANOS MENORES
Duração: 16 aulas (4 meses) / Turmas às Terças e Sábados
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Informações: (21) 2547-8939  e contato@jardimdossentidos.com.br

Imagem: OLD TIME TAROT

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