sábado, 24 de abril de 2010

Carta do Dia: 10 DE PAUS

Título

Senhor da Opressão

Elemento

Fogo

Arcanjo

Sandalphon

Nome Divino 

Adonai Ha Aretz

Mundo Cabalístico

Atziluth (mundo da emanação)

Sephirah

Malkuth (Reino)

Correspondência Astrológica

Saturno em Sagitário

Planeta 

Terra

Pedra

Cristal de Rocha

   

“Você não sabe quanto é pesado o fardo que você não carrega.”
Provérbio Africano

     Wands10 (2)  Com o 10 de Paus chegamos à última carta numerada do tarot e, portanto, ao fim que é um novo início. Um ciclo que se acaba gerando o início de um novo. O 10 (1+0) é a soma do Imanifesto (Ain), do potencial puro e de Kether, a Coroa.É a esfera (sephirath) de Malkuth (o Reino), ou seja, a realidade, o mundo em que vivemos, o universo que nos cerca. Todas as forças, as potencialidades, as energias das outras 9 sephiroth (esferas) da Árvore da Vida são canalizadas e captadas em Malkuth, onde tomam forma concreta. As cartas de número 10 são, por conseguinte, as concretizações das energias anunciadas nos Ases. Se uma representa toda a força do elemento que caracteriza o naipe (em nosso caso, Paus = Fogo), a última é a manifestação em sua forma mais exaltada dessas mesmas características. O elemento Fogo (naipe de Paus) é aquela faísca que nos nos faz mover, que promove a ação, que nos estimula a criar, conquistar, comunicar, vivermos as nossas vidas. É a paixão, a vontade, a autoconfiança, o puro entusiasmo. É o impulso vital. O 10 representa a aplicação, o uso, a realização prática dessas energias, em sua forma maximizada e mais expandida possível.

     Dentro da história do nosso amigo empresário que, de uma singela churrascaria de beira de estrada na região Sul do país construiu um império que ultrapassou fronteiras, espalhando suas ramificações em território norte-americano, chegamos ao momento atual, no ponto em que ele se encontra vivenciando as alegrias e as atribulações de ter, sob seu controle, dezenas de filiais, milhares de empregados, e tudo o mais que faz parte da administração de seus negócios.

     Momentos há em que nosso amigo sente-se cansado, esgotado com o ritmo que acabou impondo-se. Ainda que todo o seu negócio seja solidamente estruturado, com um planejamento detalhadíssimo e seguido à risca e que, com o passar dos anos tenha formado um grupo de profissionais em quem confia e que o assessoram, mesmo assim a sua carga de trabalho e a sua consciência de responsabilidade são imensas. Ele, portanto, vive um momento 10 de Paus, quando o peso das suas conquistas, das suas vitórias, das suas realizações é um fardo nem sempre prazeroso de se carregar.

     Todos nós, em algum momento, nos vemos sobrepujados por uma série de compromissos que voluntariamente no transcorrer da vida vamos assumindo. Quando estudamos e temos todas as matérias regulares da, digamos, faculdade, com seus trabalhos escolares e suas provas, e ainda assim adicionamos um ou dois cursos de línguas estrangeiras que bem sabemos nos serão muito úteis como diferencial num curriculum. Como se isso não bastasse, acrescentamos ao nosso dia um estágio que nos permita a prática daquilo em que um dia seremos profissionais; horas regulares na academia, para compensarmos a inércia das salas de aula; nossas aulas de yoga e de meditação  que nos ajudam a harmonizarmos físico-emoções-mente-espírito, além do nosso grupo de tai-chi, que se reúne 3 vezes por semana, para a prática ao nascer do sol. Isso, sem falarmos de todos os demais compromissos sociais que temos e responsabilidades junto à manutenção do lar, família, etc.

     Individualmente, cada atividade é satisfatória e nos acrescenta algo desejado e de muita importância ao nosso caminhar. Entretanto, somadas, passam a ter um peso algumas vezes esmagador e corremos o risco de sucumbirmos, não resistindo a ele. O 10 de Espadas representa essa somatória de aquisições e de energias além do necessário controle de um ego dominador. Em nosso exemplo para o naipe de Paus a figura do nosso amigo empresário (e grande churrasqueiro!) procurou mostrar, a cada carta, a cada passo de seu caminhar na expansão de sua rede de restaurantes no exterior, todos os problemas enfrentados por ele, sempre com muita autoconfiança e fé, conseguindo transmutá-los em benefício próprio. Entretanto ele é o “centro nervoso”, a central de operações, o demiurgo a quem todos se referem, procuram e aguardam a palavra final. Mesmo seus novos sócios estrangeiros têm a ele tal respeito e reconhecimento de seu conhecimento e capacidade, que aguardam sempre a sua orientação como algo de muito valor para a condução dos negócios. Todas essas responsabilidades, ainda que desde muito cedo tenha se acostumado a tê-las, com o crescimento e expansão de seus negócios vão assumindo um tamanho e um peso que acabam por ser fisicamente cansativo e de esgotamento mental.

     Controlar um ego que é constantemente alimentado por realizações bem sucedidas, a reverência do público, da crítica, dos amigos e familiares, dos sócios, dos funcionários e fornecedores é também uma batalha, pois a tendência, em casos como esses, é de perder-se o controle e desvirtuar-se para a vaidade, a arrogância, a tirania, o egoísmo, o tornar-se pretencioso e auto-centrado, acreditando-se único, especial, raro, insubstituível. A humildade de pedir ajuda, o reconhecimento de que não se vive sozinho e que, ainda que muito possamos saber ou fazer, isso só tem valor quando agrega um maior número de pessoas e que também as realize é um passo importante para mantermos o ego, nessas situações, bem administrado.

     Nosso amigo precisa, então, começar a delegar mais poderes, a confiar mais nas opiniões e na capacidade de realização do grupo que ele mesmo constituiu. Confiar que o seu trabalho formativo foi muito bem realizado e que deve, naturalmente, desenvolver-se por si próprio. Preservar-se mais para que o seu prazer pelo trabalho não se transforme em algo aborrecido ou simplesmente exaustivo. Selecionar melhor o que é de sua responsabilidade exclusiva e permitir-se dividir os méritos das vitórias com todos os demais. Não ser controlador e permitir-se reencontrar a mesma alegria e revigorante entusiasmo que sentia quando trabalhava com a família no pequeno restaurante à beira de uma rodovia.

     O 10 de Paus quando surge numa leitura, dependendo sempre da questão proposta pelo Consultante e da sua posição entre as demais cartas e da “casa” que ocupa na disposição escolhida, pode significar carregar ou suportar uma grande responsabilidade; estar comprometido com muitas obrigações, tais como empregos, pagamentos, compromissos, atividades, etc. Ser muito competitivo e possuidor de grande força. Não saber delegar trabalho, tarefas, afazeres, responsabilidades. Sentir-se oprimido pelo sucesso. Um problema difícil de carregar sozinho. Inclinação para constituir uma família. Pode indicar, também, a possibilidade de viagem, especialmente de negócios, ao exterior.

     Ao contrário, quando mal posicionada esta carta pode estar significando que ter-se livrado das responsabilidades. Muito frequentemente aparece como indicativa de calúnias, intrigas, fofocas, um caráter duvidoso. Dificuldades e  decepções especialmente relacionadas a viver e trabalhar no exterior. Pode significar, também, um estado ruim de saúde e a perda de ações ou causas judiciais.

     É extremamente interessante (não acredito em coincidências) esta carta ser a Carta do Dia, logo hoje em que se comemora o Dia Internacional do Jovem Trabalhador. A Constituição brasileira proíbe a realização de qualquer trabalho por menores de 16 anos, exceto na condição de aprendizes, a partir dos 14 anos. Por sua vez, o Estatuto da Criança e do Adolescente exige o acesso e a freqüência obrigatória no ensino regular e que as atividades exercidas sejam compatíveis com o desenvolvimento dos jovens. Isso significa que ao jovem não é vetado o direito de trabalhar e, com isso, cooperar com os rendimentos da sua família ou mesmo a sua própria manutenção. O que não se pode é fazê-los passarem por uma experiência representada pelo 10 de Paus, quando a sobrecarga pode, muitas vezes, causar sérios danos físicos além de fazer um retrato errôneo do que é o trabalho. Os excessos sempre causam a destruição do prazer, da alegria, da satisfação e da harmonia interior.

     Podemos aproveitar este sábado, regido pelo altamente responsável, porém controlador Saturno para meditarmos se não estamos retirando responsabilidades dos ombros dos outros, evitando que ele as assumam e delas se utilizem para evoluirem. É interessante que tenhamos em mente a necessidade de carregarmos, nós mesmos, aquilo sobre o que nos responsabilizamos e permitirmos que os demais também o façam, com os seus comprometimentos pessoais.

     Um ótimo final de semana para todos!

Imagem: TAROT DE DALI

Um comentário:

  1. nossa, vc e mara, o texto me fez lembrar justamente de pesquisar oportunidades de estagio aqui onde moro, valew, otimo domingo pra vc tb!

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