sexta-feira, 16 de abril de 2010

Carta do Dia: 2 DE PAUS

Título Senhor do Domínio
Elemento Fogo
Arcanjo Ratzkiel
Nome Divino  Yahveh
Mundo Cabalístico Atziluth (mundo da emanação)
Sephirah Chokmah (Sabedoria)
Correspondência Astrológica Marte em Áries
Pedra Turquesa

  Wands02 (2)    Nosso amigo, dono de uma grande cadeia de churrascarias espalhadas em diversas capitais e em algumas grandes cidades brasileiras, recebeu um convite quase que irrecusável: o de expandir seu bem sucedido negócio além fronteiras, com um investimento de capital estrangeiro, na forma de sócios, e a abertura de filiais em diversos estados norte-americanos.

     “É a culminação de uma vida inteiramente devotada ao trabalho e aos mais altos critérios de qualidade de serviços”, lê-se, impresso, numa dessas revistas dedicadas à área financeira e dos negócios. Com certeza o jornalista estava correto em sua afirmação. Esse nosso amigo trabalhou a vida toda na construção desse império gastronômico, tendo começado, ainda muito jovem, a aprender as artes do ofício com seu pai, que tinha uma pequena churrascaria de beira de estrada no Sul do país.

     Agora, reconhecido nacionalmente como um grande empresário do setor, com uma numerosa família, recebe esse selo de aprovação internacional. De deixar qualquer um extremamente orgulhos, envaidecido mesmo, e causando inveja a muita gente, não é mesmo? Entretanto, não foi exatamente o que aconteceu com esse nosso amigo.

     Sua expressão sempre radiante, entusiasta, de alguém que retira sua própria energia dos labores do trabalho, tornou-se sombreada, como se um véu de preocupações insistisse em cobrir-lhe o eterno sorriso. Aos mais íntimos, em sua honesta simplicidade, confessava: “Será que eu devo? Será que não vai ser um passo largo demais para as minhas pernas? E, sócios?… puxa, nunca os tive! Logo agora, que tudo está pronto, evoluindo a contento… Pra que é que eu vou querer arranjar uma dor de cabeça?”

     Indiscutivelmente ele vivia um momento de 2 de Paus. Um momento de dúvidas que requer uma grande análise e reavaliação do caminho percorrido para ter-se uma idéia de como será o processo evolutivo. Existe, embutida nesta carta, um paradigma pelo fato que, por um cuidadoso planejamento e organização, foi alcançado um ponto onde confronta-se a sensação de plenitude fornecida pelo sucesso da ação (Paus = Fogo) e a sensação oposta,  de vazio, a desmotivação depois de atingida a meta. O 2 de Paus espelha as nossas vidas, pois vivendo-as ativamente conquistamos tudo o que desejamos mas… será que isso nos faz felizes? Acabam, por vezes, surgindo sentimentos ambíguos sobre o conteúdo das nossas vidas e que precisam serem resolvidos.

     Trabalhar e investir, por muitos anos, na tentativa de atingir um patamar muito alto, aquilo que muitas vezes chamamos de o “ápice da carreira” pode nos roubar a motivação quando o alcançamos. “Continuar daqui para onde mais?”. E é aqui, nesse ponto, que verificamos se fizemos realmente o “dever de casa”, isto é, se nossa evolução material, se a paixão que lhe dedicamos  foi idêntica à investida no âmbito espiritual. Estamos preparados, equilibrados, harmonizados para a colheita dos frutos? Estamos prontos para continuarmos em nosso caminhar? Consideramo-nos satisfeitos com o que temos e recompensados pelo nosso investimento?

     Esse fato é bastante comum quando os filhos crescem e saem de casa para construírem suas próprias vidas. Os anos de investimento para que eles crescessem preparados para o mundo, aptos a enfrentarem seus desafios e habilidosos o suficiente para evitarem maiores percalços; prontos para contribuírem com os seus semelhantes e com a preservação do planeta. Imbuídos de sólidos princípios éticos e morais, e no entanto, sem lhes roubar a individualidade, toda a formação que lhes foi dada será suficiente para que eles caminhem com suas próprias pernas? E, qual será agora a evolução do nosso papel, como pais?

     O 2 de Paus representa alguém que não confia tanto na sua intuição quanto ele pensa que o faz. Costuma ser uma pessoa que está acostumada a estar no comando, controlando a tudo e a todos e nunca se arriscaria a deixar alguma coisa à mercê da sorte. É alguém que não deposita a fé na sua intuição da forma  que ele gostaria de acreditar que tem. Para que a nossa intuição nos preste um serviço é necessário que a acatemos, ao invés de tentar governá-la.

     Essa carta, como todos as cartas de número 2, encontra-se na esfera (sephirath) de Chochmah no reino de Atziluth (o Mundo do Puro Espírito), e enquadra-se dentro da idéia de balanço, de equilíbrio. O significado de Chochmah é “sabedoria” e se refere a relacionamentos. Os 2, em seu melhor aspecto, refletem a sabedoria de estabelecer-se uma relação equilibrada entre as nossas naturezas espirituais e terrenas. Já nos acostumamos e tomamos como clichê a imagem do poderoso executivo, industrial ou banqueiro, cuja vida é um imenso vazio, o tão propalado “vazio existencial”. Da mesma forma, aquelas pessoas que pensam que, se forem espiritualmente corretos ou devotados o Universo irá prover-lhes de tudo, também estão em desiquilíbrio. Certamente o Universo irá prover, mas de que? O que o Universo pode lhes oferecer pode não ser o que eles querem. Vê-se nas ruas das cidades exemplos inúmeros de sonhos partidos e corpos sofridos, não obstante as elevadas intenções espirituais. Saber equilibrar é uma arte que promete grandes recompensas.

     Numa leitura de tarot, dependendo das cartas que a acompanham, da sua posição na jogada e da questão proposta pelo Consultante, o 2 de Paus pode simbolizar sucesso no plano mundano. Riquezas amealhadas com grande esforço. Projetos que se desenvolveram devido a uma vontade férrea. A sensação de orgulho pela posse. Uma personalidade dominadora (podendo ser, inclusive, o próprio }Consultante) que gosta de apreciar e de ter apreciado aquilo que conquistou. Ter alcançado seus objetivos através de coragem e perseverança. Pode também simbolizar parcerias e sociedades, além de comprometimentos; ter autoridade, poder de comando, chefia, controle e domínio; pontos de vistas diferente, debates.

     Mal posicionada essa carta nos remete à sinalizar a alguém que está insatisfeito, com medo de se arriscar ou de prosseguir. Pode significar também uma má parceria ou sociedade. Discussões e incapacidade de alargar a visão ou de reconhecer e acatar a opinião alheia também devem ser consideradas. Creio que o pior aspecto é aquele que nos remete à idéia de perder a fé em sua capacidade. O tédio que advém às conquistas. Há também um aspecto negativo que encontramos naquelas pessoas que continuam a agir de maneira bastante orgulhosa mesmo quando, por simples perda de autoconfiança, não conseguem terminar o que começaram. Problemas causados pela perda de confiança que os outros depositam em nós, em nossa capacidade, em nosso trabalho, também podem ser anunciados por esta carta, quando lida como “obstáculo”. Desistência, tristeza e depressão completam o quadro.

     Aproveite, nesta sexta-feira, dia regido pela gratificante Vênus, com a expansividade da Lua Nova em Touro, para meditar sobre o quão satisfeito com o que conseguiu até agora e como pretende evoluir. Considere se está utilizando plenamente a sua capacidade de liderança e a razão associada à sua intuição na condução de seus negócios, independente do tamanho dele, lembrando-se sempre que todos os nossos esforços e aquilo que adquirimos através deles só tem função se nos libertarem. Esse domínio, essa capacidade de liderança, é uma soberania, um estado de plenitude, de harmonia com o Divino (substitua pelo nome que melhor corresponda à sua descrição do que chamamos Deus) conquistada e administrada sem exércitos e nem munição.

     Sempre acreditando na sua intuição, tenham todos uma excelente sexta-feira!

Ilustração: TAROT DE DALI

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