É, não há como escapar: as tradicionais festas de fim de ano, com todos os seus rituais, seus costumes, suas tradições estão batendo à porta e não acredito que a mais impedernida das criaturas não se surpreenda assoviando um "Jingle Bells" no meio do dia.
O Natal é um excelente exemplo de tradição, de rituais familiares e coletivos que conservamos e repetimos, acrescentando ou modificando algo (Afinal somos modernos! Os tempos são outros!) mas, à nossa maneira, eternizando e reverenciando a sua importância em nossas vidas.
Mesmo aqueles que criticam o "desaparecimento do verdadeiro espírito natalino", exorcisando o consumismo que abarrota lojas e calçadas, devem reconhecer que há um determinado momento, seja ele no instante em que se clica "enviar" naquele e-mail de saudações natalinas (tradição!), quando nos reunimos com os colegas de trabalho num restaurante para o anual "amigo secreto"(tradição!), quando enfeitamos a casa (tradição) seja com uma magnífica árvore com aveludados laços, espelhadas bolas e outros balangandãs ou com uma coroa natalina de R$1,99, antes da troca dos presentes (tradição!), durante ou após a farta ceia (tradição!), há pelo menos um instante de profunda interioridade em cada um de nós. Nesse instante parece-nos estarmos conectados com algo maior, uma força que nos une e nos dá significado. Uma ponte (Ponte = Pontífice = Hierofante = Sacerdote) que nos liga a um plano superior, espiritual.
Quando o Hierofante (também chamado de Papa) saiu na tiragem da Carta Diária na manhã de hoje, ri sozinho pensando o quanto essas energias estão ativas.
Esse respeitável senhor retratado na carta é o símbolo daquela nossa voz interior que sabe perfeitamente diferenciar o certo do errado, o divino do terreno, o espiritual do material, e que está sempre ali, dentro de nós, para estabelecer uma ligação entre a nossa consciência terrena e o conhecimento intuitivo que temos do código de ética de Deus. É a nossa consciência que se apercebe de que em toda a experiência vivida há uma lição de crescimento pessoal a ser aprendida. É o nosso conselheiro moral interior.
Essa nossa consciência, essa nossa voz interior nos auxilia, e muito, a formularmos e expressarmos uma filosofia pessoal e, com isso, ela nos revela a necessidade de encontramos um sentido espiritual em nossas vidas e, até mesmo, uma maior compreensão dessa nossa espiritualidade.
O Hierofante é também aquele analista que tanto nos ajudou a superar problemas tão difíceis, aquele professor que se empenhou para que nos tornássemos mais curiosos e questionadores, não aceitando tudo aleatóriamente; o guru que encontramos ao acaso (?) e que nos descortinou a possibilidade de harmonizarmos as partes animal e divina das quais somos feitos. É o advogado que nos orienta dentro do sistema de ordem e normas legais em que vivemos; o sacerdote que realiza o nosso casamento, com direito a véu, grinalda, corte de bolo e foto com as taças de champagne entrelaçadas. Sem esquecer dos assistentes sociais, sempre a postos para introduzir adequadamente o indivíduo na sociedade coscientizando-o de seus deveres e obrigações.
Por essa figura representar ortodoxia, ritos, tradições, o seu lado "sombra" muitas vezes nos deixa paralizados num emaranhado de leis, de normas e de comportamento apropriados a serem seguidos, a vestimentas corretas para essa ou aquela ocasião, a como e o que devemos celebrar, a como nos relacionarmos com nossos pais, nossos filhos, os mais velhos, nossos esposos, parceiros, amigos. Pode significar o conformismo, um modo de agir conforme a sociedade (leia-se: nossos pais, parentes, amigos próximos, empregadores, colegas de trabalho) esperam que o façamos. Portanto, cuide-se com os extremos.
Vivencie essa energia no dia de hoje, escrevendo as etiquetas para os presentes, como sua mãe fazia, colocando um novo enfeite feito pelas crianças sobre o aparador, ouvindo e cantando junto (é claro!) aquele CD com músicas natalinas "de hoje e sempre". Faça umas rabanadas, junte todos à volta da mesa e conte-lhes dos seus Natais. Seja, principalmente hoje, o Hierofante para alguém, ajudando-o a descobrir a Estrela Guia que brilha dentro dele e de cada um de nós.
Bom dia!
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