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ORGULHO
Há ocasiões em que muito perdemos pelo fato de nos deixamos dominar por um orgulho tolo, uma arrogância incompatível com nossa conduta ética ou moral, por uma altivez digna de personagens decadentes de livros e filmes. Pura e vã soberba.
O pavão é a imagem escolhida para ilustrar esse estado d'alma, na medida em que ele é uma ave de linda plumagem, de intenso colorido e que costuma exibir-se, para os demais, abrindo sua portentosa cauda em forma de leque. Não há quem não o admire. Mas, olhe suas pernas: são tão feias, tão desproporcionalmente finas quanto às de qualquer outra ave em um galinheiro. Isto é, toda aquela pompa e circunstância, toda aquela imponência, toda aquela majestade apoia-se em frágeis e feios pedestais. Assim também o orgulhoso, o pretencioso, aquele que gosta, e precisa, chamar a atenção sobre as suas poucas, mas cintilantes, qualidades.
Essa carta é quase sempre um sinal de alerta sobre alguma atitude, algum comportamento, alguma reação que estamos tendo fundamentada apenas na superficialidade dos fatos, na ilusão das aparências, na frivolidade com que tratamos o assunto, numa insolência indigna de qualquer pessoa amadurecida. A idéia, aqui, é refletir sobre a transitoriedade da vida e de como o exibicionismo é apenas uma máscara que usamos (mal) para resguardar nossa baixa autoestima.
Alex Tarólogo
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