terça-feira, 2 de agosto de 2011

CAVALEIRO



CAVALEIRO

No tempo dos meus avós a expressão "notícia ruim chega a cavalo" era corrente. Essa, com certeza, era a idéia de "rápido" e daquilo que tem destinatário certo. Afinal, sempre havia um visitante, um hóspede, um viajante de passagem pelo sertão que era portador das novidades da cidade grande ou de um recado de um parente distante.

Hoje o Cavaleiro transformou-se em telefones de última (até a próxima, que surgirá amanhã nas lojas...) geração. Em programas de TV que televisores em 3DEm tablets que vieram substituir em portabilidade os laptops, que por sua vez ocuparam o lugar dos volumosos desktops. Qualquer pessoa é um informante, tuitando acontecimentos de última hora. Novidades de todas as áreas e acontecimentos mundiais nem precisam bater à nossa porta para serem entregues. Até mesmo a distante e discretíssima Noruega invadiu nas últimas semanas, num simples clicar de mouse, nossas salas com absurdas imagens de horror, tão diferentes das silenciosas e compostas figuras de Munch, e com ridículos "manifestos" escritos por uma mente doentia, tão distante dos densos e instigantes personagens de Ibsen.

Indios americanos se comunicavam com sinais de fumaça, enquanto que os habitantes das selvas africanas anunciavam perigos estrangeiros, usando uma rede de tambores, para conclamarem a ajuda de um serelepe Tarzan, nos filmes e seriados da minha infância. Hoje, nem mesmo um Cavaleiro que montasse um Pégaso seria concorrência para este iQualquerCoisa onde redijo estas linhas que, por sua vez, misteriosamente surgirão quase instantaneamente, em seus computadores domésticos. Fico aqui torcendo para que as notícias ruins, só as ruins, voltem a viajar a cavalo, e daqueles bem pangarés.

Alex Tarologo
www.elementosdotarot.com.br

Um comentário:

  1. Alex, eu normalmente vejo nessa carta as mensagens que não passam pelo papel (ou atualmente, não são digitadas). As mensagens escritas eu vejo em 27. Então, aqui eu veria o telefone, o Skype...
    Mas comunicação é comunicação, independente do meio. Viva a tecnologia!

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