terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Carta do Dia: RAINHA DE COPAS

     Às vezes me parece engraçado, com uma sensação de dejà vu, quando pela manhã bem cedo retiro uma carta do tarot para escrever este blog, e me deparo com uma imagem que parece ter-se iniciado no dia anterior.
     Ontem foi um dia em que me senti, novamente, um garoto mimado: pela manhã recebi a visita de 2 amigas que não via há mais de 9 anos, carregadas de notícias, novidades, presentes e muito carinho, amor e aquela sensação de que ainda estávamos nos raiares do ano 2000. À tarde, um e-mail de uma leitora-amiga deste blog, escrito de forma tão literária, tão perfeita na expressão de suas idéias e na exposição de situações e fatos que, em verdade, me deliciou como quando lia as crônicas do Rubem Braga, desta feita com a poética de uma Adélia Prado. Não só estilisticamente impecável, mas fazendo com que eu sentisse algum sentido real neste exercício que faço de escrita. Mais tarde, para encerrar o dia, conheci uma jovem e brilhante senhora, astróloga, que me deu uma verdadeira aula sobre a maneira de sentir, de vivenciar, de entregar-me (sem nunca perder-me) por inteiro ao exercício das formas oraculares, buscando o conhecimento mais profundo, uma razão onde só parecem haverem névoas. Isso tudo acompanhado de uma conversa fluentíssima e de uma medalha de proteção. Muita alegria, cuidados maternais e as marés da emoção aflorando aos olhos. Um verdadeiro desfile de figuras protetoras, nutridoras, maternais.
     “Coincidentemente”, há pouco a Carta do Dia revela-se a Rainha de Copas! Acho que estou com o dia ganho, uma vez mais! (risos).
     Quem são essas Rainhas, cuja emoção, sensibilidade, ternura, intuição e necessidade de cuidarem dos outros numa verdadeira distribuição de atos de amor, nos fazem melhores, mais nutridos, mais queridos, mais conscientes dos nossos sentimentos? Bom, para usar os exemplos que primeiro me ocorrem ao deparar com essa carta num jogo, usei três personalidades conhecidíssimas de todos, que, apesar de desencarnadas, vivem nas nossas memórias e servem de referência primeira quando queremos nos reportar a um trabalho de amor incondicional.  Santas existem tantas nos almanaques cristãos, com seus exemplos de virtudes inegáveis, de atos de sacrifícios que são verdadeiros modelos de práticas sado-masoquistas de eras mais primitivas, com a finalidade de reforçarem nossas práticas de crescimento espiritual, através de edificantes exemplos.  Mas não é absolutamente necessário voltarmos no tempo para vermos essas mesmas figuras atuando, neste exato momento, em nossos hospitais, nossas escolas, nossas favelas, em pequenas comunidades carentes, junto à delegacias, a reformatórios, asilos, penitenciárias. Todas num trabalho de assistência ao próximo, seja ele seu filho, parente, vizinho ou o mendigo que mora sob as marquises das calçadas.
  BRITAIN DIANA    Lady Di, a Diana Spencer, Princesa de Wales, professorinha de origem nobre que conquistou o coração, talvez não de um príncipe encantado, mas de todo um planeta, levando uma mensagem de esperança, de empatia, de compreensão, envolta numa embalagem de belas roupas e jóias, uma vida de fausto e glamour, num físico de modelo fotográfico. Uma maneira contemporânea de transmitir uma mensagem: a medida exata de beleza, apelo, interesse, divulgação e mensagem consistente.
 idulce01     A baiana Irmã Dulce, apelidada de o “Anjo Bom”, que, nascida em família de classe média, desde pequena interessou-se pela melhoria das condições de vida dos menos favorecidos, dos pobres, dos desprezados, dos párias sociais que habitam Salvador, proporcionando-lhes abrigo, cuidados, e, num ato de ousadia, muito trabalho e imaginação criativa, transformou o galinheiro do Convento de Santo Antonio, onde vivia, num Hospital que até hoje continua atendendo aos necessitados a quem ela dedicou toda a sua vida. Merecidamente o mundo reverenciou sua obra indicando-as para o Prêmio Nobel da Paz.
    Madre Teresa de Calcutá 1.0 Seu nome de batismo era Agnes (Agnus = Cordeiro / Agnus Dei = Cordeiro de Deus), mas ao assumir os votos religiosos, mudou-o para Teresa em homenagem a Teresa de Lisieux, Santa Teresinha, padroeira das missionárias. Iniciou sua vida como professora de crianças desassistidas recolhidas na periferia de Calcutá e sua obra de assistência social, internacionalmente conhecida e reconhecida pela sua importância, estendeu-se a hospitais, abrigos, asilos, e espalhando os membros de sua congregação aos mais obscuros e necessitados recantos do mundo. Recebeu o Nobel da Paz em 1979 e faleceu seis dias após o trágico acidente que vitimou a Princesa Diana, enquanto preparava as cerimônias funerais em sua homenagem.
     Essas Rainhas de Copas são aquelas mulheres e homens cuja presença e atuação é inspiradora, acolhedora, protecionista. São grandes conselheiros, facilitadores, atenciosos, práticos, decididos, apesar de uma certa timidez, mas ainda assim tem suas vidas, muitas vezes, sob as luzes dos holofotes, sendo figuras públicas, merecedoras de homenagens, e usadas exaustivamente pela mídia como exemplos a serem seguidos e imitados. Honestos, valorizam sobretudo os seus sentimentos, tendo uma grande confiança no que lhes diz o inconsciente, sendo, portanto, muitas vezes considerados místicos ou proféticos. Acreditam em seus sonhos e ideais, entregam-se totalmente ao sentimento de amor de forma incondicional e generosa, unem perfeitamente um estado de consciência com o sentimento e sabem, como ninguém, mesclar imaginação com ação, a criatividade com a utilidade social.
     Encontramos grandes exemplos desses seres humanos entre os médicos, os terapeutas, os enfermeiros, os curadores, os médiuns, os assistentes sociais, conselheiros sentimentais, religiosos de todas as vertentes e professores. E como são pessoas altamente sensíveis e de gosto muito apurado, com um senso de estética profundamente desenvolvido, podemos ver exemplos das Rainhas de Copas nos decoradores, nos grandes criadores de moda, nos artistas, sejam eles artesãos, músicos, atores. A beleza, a harmonia que lhes é fundamental, por isso mesmo o seu empenho na transformação do mundo em algo belo, com as mesmas oportunidades de recursos para todos. Transformar o triste, o feio, o dolorido, o desgastado, o desesperançado num arco-iris de brilhantes cores, unindo os céus e a terra, o material e o espiritual, parece ser a sua grande missão.
     Como em todas as cartas do tarot, assim como na vida, temos o revés da situação, do exemplo, do arquétipo. É o que chamamos comumente de “sombra”, o lada nã0 iluminado, não evoluído. O contra-ponto das virtudes do arcano. No caso da Rainha de Copas nós o encontramos nas pessoas que são egocêntricas, não merecedoras de confiança, desinteressadas, sem objetivos, preguiçosas, frívolas, temperamentais, suscetíveis a qualquer forma de crítica, em desarmonia consigo e com o meio que as cerca, “melosas” demais. Outra coisa que reduz, e muito, o seu verdadeiro significado e importância é quando se tornam super-protetoras, super-mães, esquecendo-se que muitas vezes as pessoas precisam aprender pelas suas próprias experiências, pelo uso de seu livre-arbítrio e até pelos seus erros. Devem evitar, também, deixar que as suas emoções se sobreponham à realidade, impedindo-as de ver claramente a realidade e a verdade que as cerca.
     Quando aparecem num jogo de tarot, dependendo da posição que ocupam e das cartas que a cercam, além do fato do que estão a representar (um ser humano, uma situação, a consulente , o ideal de amor do consulente (homem), a Rainha de Copas pode indicar que é chegada a hora de se abandonar qualquer ressentimento ou sentimento de raiva que se nutra e procurar ser mais compassivo consigo próprio e com o outro. Que é preciso agir com tolerância, paciência e calma além de sentir e procurar expressar a alegria e o amor pela vida. Que podemos estar preocupados com a continuidade, ou não, de um relacionamento (romântico, amizade, sociedade, etc).
     O exemplo que podemos extrair do arquétipo representado nessa carta é de que uma das maneiras de colocarmos algum significado em nossas vidas é nos devotando aos nossos entes queridos, à nossa comunidade, ao comprometimento com a melhoria e continuidade da vida do planeta e de todas as espécies que nele habitam, à construção, enfim, de algo que tenha um significado amplo e nos dê um propósito.
Uma de suas muitas frases registradas da Madre Teresa de Calcutá, e que bem descreve o trabalho social desenvolvido por cada uma das Rainhas de Copas acima citadas, é o seguinte:
“Não usemos bombas nem armas para conquistar o mundo. Usemos o amor e a compaixão. A paz começa com um sorriso”.
Tenham todos um dia em que possam, de qualquer maneira, fazer com que um semelhante sinta-se amado. Bom dia!
Alex Tarólogo
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