Eles se conheceram numa festa. Ela, a melhor amiga da aniversariante. Ele, colega de trabalho do namorado da aniversariante.
Desde os primeiros momentos de conversa, em meio à multidão que se comprimia no pequeno apartamento, sentiram-se completamente à vontade um com o outro. Nem mesmo o barulho dos convidados, a música no último volume, o transitar de gente equilibrando copos e pratos nas mãos, conseguiu desviar a atenção de ambos. Sabiam que, de alguma maneira estranha, haviam finalmente se encontrado. Ela, que sempre implicara com homens com barba, cavanhaque, bigode, achou muito charmoso a sua “barba de três dias” super-bem aparada. Ele, que nunca sentira-se atraído por mulheres tão altas quanto ele, viu nela o protótipo, muito mais atraente, das modelos e manequins que ilustram os catálogos de moda.
Começaram conversando sobre as banalidades e informalidades que se diz no meio do caos de uma festa onde há mais convidados do que o conforto e a segurança permitiriam. Sem nada em comum, a não ser a súbita atração física, ela começou contando de quanto a aniversariante era sua amiga, de onde estudaram juntas desde o “prézinho”, de como aprenderam a surfar com a galera do Arpoador e… “Espera aí”, ele interrompeu. “Quer dizer que vocês frequentavam o Arpoador juntas? Eu também! Como foi que a gente nunca se viu?” Pronto. Havia algo em comum e que levou-os a passarem a noite cruzando informações sobre amigos, sobre gostos, sobre atividades, viagens, sobre formação, carreira, perspectivas de vida, sonhos, desejos e, é claro, sobre alguns (bem poucos…) romances passados.
Não dava para dançar pois não havia espaço para mais um único corpo na pista de dança. Aproveitaram, então para, num canto da sacada, ficarem olhando as luzes da cidade, as estrelas no céu e o enorme disco da lua. Ela contou-lhe da sua família, do seu trabalho como estilista de uma grande loja de moda feminina, de sua paixão pelo mar, de sua turma de “pegadores de onda”, de sua única e louca aventura ao Havaí para participar de um campeonato de surf, de um ex-namoradinho que, como ela, começou a surfar ainda criança e hoje era um famoso campeão nesse esporte e que morava no exterior, vivendo dos patrocínios.
Ele contou-lhe das férias de infância na casa que a família ainda tinha na serra, sempre cercado de livros. Falou-lhe também do seu trabalho como advogado da área de Direito Internacional num dos mais respeitados escritórios do Brasil. Contou-lhe de suas constantes viagens pelo mundo na defesa dos interesses dos clientes. Dos países e das culturas que conhecia. Falou sobre experiências divertidas, e às vezes assustadoras, que havia vivido, nessas viagens com seu amigo, o namorado da aniversariante. Contou-lhe também de sua ex-noiva, hoje uma das sócias desse escritório e reconhecida profissional da sua área, tendo recebido, inclusive, convites para trabalhar junto aos escritórios das Nações Unidas.
Ficaram surpresos quando viram a aniversariante começar a dar ordens para os garçons e empregadas retirarem o buffet, arrumarem a sala. Nem haviam percebido que o DJ contratado já havia desligado o som e se retirado. Foram os últimos a se despedirem e desceram o elevador olhando-se nos olhos, como se não quisessem perder nenhuma oportunidade de estarem juntos. Na rua, ele, sempre cavalheiro, acompanhou-a enquanto ela abria o carro. Trocaram telefones e e-mails. Combinaram verem-se ainda naquele dia que logo amanheceria. Pela primeira vez, beijaram-se, abençoados pela lua cheia que começava a dar sinais que logo desapareceria na claridade do alvorecer. Cada um com o coração batendo forte, dirigiram seus carros pelas ruas da cidade, felizes, realizados, encantados com a imagem e as palavras ouvidas do outro. Dirigindo para suas respectivas casas, começaram naquele momento a sonharem com a possibilidade de, quem sabe um dia, viverem juntos. Estavam apaixonados. Profundamente apaixonados. Ele ligou o rádio do carro e sorriu sozinho quando as vozes daquela dupla de cantores sertanejos que ele sempre fez questão de ignorar e chamar de bregas, fez-se ouvir pelos autofalantes cantando:
“É o Amor
Que mexe com minha cabeça
E me deixa assim
Que faz eu pensar em você
E esquecer de mim
Que faz eu esquecer
Que a vida é feita pra viver
É o Amor
Que veio como um tiro certo
No meu coração
Que derrubou a base forte
Da minha paixão
E fez eu entender que a vida
É nada sem você”
Não mudou de estação e, sem nem mesmo acreditar no que estava fazendo, fez coro com a dupla, sem se importar com o olhar divertido das pessoas nos outros carros, que ao cruzarem pelo dele, olhavam aquele homem cantando a plenos pulmões na manhã que apenas nascia. Lá fora, os primeiros raios do sol romperam, finalmente, as últimas sombras da noite, anunciando um novo dia.
Quando o 2 de Copas aparece numa leitura de tarot, dependendo da sua posição na jogada e entre as demais cartas, assim como o tema de interesse do Consultante, ele pode significar o início de um relacionamento ou uma reconciliação entre esposos, namorados, amigos, sócios. Se o Consultante estiver envolvido emocionalmente com alguém mas ainda não tem certeza sobre as possibilidades dessa relação, o aparecimento dessa carta pode ser a garantia de que tudo irá evoluir para uma situação sentimentalmente esperançosa e estável, entretanto necessita que ele tenha um grau de comprometimento com ela. Pode indicar promissoras parecerias nos negócios, com a associação entre pessoas que irão trabalhar muito bem juntas. É indicativo de magnetismo pessoal, de amizades verdadeiras, afinidades, de muita simpatia e espontaneidade. Pode ser um aviso de noivado ou casamento em breve. É sintoma de um bom relacionamento sexual. É o encontro da “cara metade” no grande oceano da vida. É estar receptivo e comprometido com a idéia de dar e receber amor. Representa, também, além de amor, bondade e prosperidade.
Apesar de ser uma carta extremamente bem vinda e, por que não dizer, aguardada num jogo de tarot, ela também tem seus aspectos menos favoráveis quando está mal dignificada, ou próxima a cartas mais negativas, numa leitura. Então ela pode ser um aviso de rompimento de uma amizade ou afastamento de um grupo social. Rivalidade, teimosia, conflito, oposição, brigas, ciúme, tirania ou prepotência também são alguns dos aspectos menos favoráveis do 2 de Copas. Se essa carta surgir no começo de um relacionamento, pode indicar um futuro incerto para o mesmo, quando as pessoas envolvidas não são as mais certas para continuarem juntas, ou então que esse relacionamento não é tão sério quanto pretendia ser. Essa carta, mal dignificada, pode indicar uma falta de comprometimento de uma, ou ambas as partes.
Nesta sexta-feira, dia dedicado a Vênus, rainha do amor, da beleza, do encantamento, da atração, da sensualidade, das ligações amorosas é uma boa ocasião para refletirmos o quanto nos amamos e estamos dispostos e capazes para amarmos aos outros. Sabemos que conflitos e desavenças sempre existiram e continuarão a existir, mas podemos refletir o quanto a nossa participação é efetiva para que eles não aconteçam ou, pelo menos, que se esclareçam. A Lua Cheia está na sua fase mais expansiva e portanto nossas emoções, as situações que vivemos estão em seu momento culminante. É um momento para evitarmos qualquer possibilidade de discórdia e investirmos todos os nossos esforços de maneira tal que colaboremos com o bem estar geral. E, sobretudo, com uma carta como o 2 de Copas como Carta do Dia, podemos fazer uma “fezinha” na loteria do amor, com grandes chances de apostarmos exatamente no bilhete premiado.
Um ótimo e surpreendentemente romântica sexta-feira para todos!
Ai que delicia de historia, viagei aqui...muito bem, abraços e otimo feriado!
ResponderExcluirE Lúcifer, qual Cupido, resgatou e libertou Lilith daquele Destino que a escravizara.
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