sábado, 1 de maio de 2010

Carta do Dia: 3 DE COPAS

   Cups03   Casaram-se 8 meses depois de terem se conhecido. Foi tempo suficiente para estarem juntos, aprenderem um sobre as “manias” do outro, serem apresentados às respectivas famílias e amigos, viajarem e surfarem juntos. Ela contava às amigas mais próximas o quanto estava feliz, em paz consigo mesma, realizada como mulher num momento em que sua carreira como estilista parecia estar no seu ponto máximo de produtividade. Ele, que sempre fora um pouco mais circunspecto, também falava de como ela era “diferente de todas as outras” e que ele sentia que “era pra toda a vida”. Os amigos de ambos brindavam a cada declaração de amor.

     Tudo foi como deveria ser: convites elegantes em envelopes manuscritos em prata, igreja simpática cercada pela natureza e festa nos dourados salões do mais tradicional e mundialmente conhecido hotel da cidade. Comida e bebida de primeira. Música para todos os gostos. Os pais dos noivos, felizes e orgulhosos por poderem propiciar aos filhos e seus convidados uma festa tão perfeita. Os convidados, entre amigos, parentes, conhecidos estavam encantados com a recepção e não cansavam de dançar, comer e beber e abraçarem os noivos cumprimentando-os e desejando-lhes felicidades eternas.

     Ela, linda. Vestido mandado fazer no mais famoso estilista de noivas da cidade, resplandecia numa nuvem de branco em meio ao salão. Sentia-se feliz, realizada, satisfeita, completa. Para não dizer que absolutamente nada a incomodara durante todo o processo de organização do casamento, foi aceitar o fato de que ele quisesse convidar a ex-noiva como madrinha. Achava que isso não era “legal”, até mesmo “chato”, e, por que não dizer, de certa forma deselegante da parte dele. Ele justificava que não era nada disso, que eram muito bons amigos, que tudo tinha sido muito bem resolvido quando terminaram a relação, que não houvera e nem haviam mágoas, que ela (a ex-noiva) estava feliz por ele ter encontrado “a cara metade”, e que, além de tudo, ela ocupava uma posição superior à dele no escritório de advocacia em que trabalhavam. Apesar das explicações dele, e dela deixar-se convencer, ainda assim a presença daquela “outra” entre os padrinhos e depois, belíssima, na festa, conseguiu roubar-lhe um pouco da sua atenção e alegria.

     A festa foi inesquecível em todos os seus detalhes e todos divertiram-se muito. Sua melhor amiga, e agora também madrinha de casamento, não cansava de contar a todos que foi num aniversário dela em que os noivos se conheceram. O advogado amigo dele, por sua vez, completava essa história dizendo que foi por sua insistência que ele aceitara ir à uma festa de aniversário onde não conhecia nem a aniversariante e, coincidentemente, ter saído de lá “praticamente casado”! Todos riam, concordavam e só ficaram quietos por uns instantes quando foi feito o brinde entre o casal. Ambos trocaram suas juras de amor eterno embaladas em belíssimas e muito bem escolhidas palavras. Lágrimas pontificaram nos olhos das mulheres presentes. Depois ela, seguindo a tradição, jogou seu bouquet, para ser apanhado por uma das solteiras e, imaginem só, foi cair exatamente nas mãos da ex-noiva do seu marido. As convidadas acharam “muita coincidência”… O noivo achou muito engraçado. Ela… bem, para sermos honestos, ela não viu graça alguma e, sinceramente, achou um mau presságio. Mas manteve o sorriso, abraçou e beijou a ex-noiva e só mesmo a melhor amiga, que muito bem a conhecia, comentou depois que ficara “com a pulga atrás da orelha”.

     Já amanhecia quando o famoso fotógrafo especializado em casamentos convidou-os à varanda do salão de festas para as últimas fotos. Estavam cansados mas felizes. Ele aproveitou para beijá-la mais uma vez e segredou-lhe que a vida dele começava naquele momento. Ela, qual princesa encantada de contos de fadas, parecia envolta num sonho que tinha como vantagem não ter um despertador para acordá-la. Beijaram-se uma vez mais e olharam juntos o novo dia que nascia em raios de sol que pareciam abençoar em luz e calor aquela união. Sabiam que haveriam muitos novos amanheceres e pores do sol à sua frente e estavam dispostos a vive-los juntos.

     Quando um 3 de Copas aparece numa leitura de tarot, dependendo sempre de sua posição dentro do esquema escolhido para o jogo e das demais cartas que o acompanham, além, naturalmente, da questão proposta pelo Consultante, ele pode significar um momento em que o Consulente está expressando plenamente as suas emoções, comunicando bem os seus sentimentos. Sentir-se maravilhosamente bem e único. Curar-se de algo emocional. Ter amigos, família e as pessoas amadas à sua volta, nas ações do cotidiano ou em grandes celebrações. Comprometer-se com outra pessoa. Sentir-se saudável e feliz. A solução de um problema que acaba se resolvendo da melhor forma possível. Vivenciar experiências, ou reagir a elas, de forma muito intensa e alegre, ainda que possam vir a surgirem algumas lágrimas no futuro. Amizade. Companheirismo. Pessoas com quem podemos contar. Grupos de apoio. Uma ajuda que o Consultante recebe e que o conduz a um caminho de auto-descoberta e transformação. O nascimento de uma criança. Celebração.

     Em seu aspecto “sombra”, o 3 de Copas pode significar uma grande dificuldade de expressar os sentimentos. Ou que o Consulente, sendo dado a explosões emocionais, esteja tentando se controlar o máximo possível. Se o assunto da leitura for amizade, pode significar dificuldades e até mesmo o rompimento da mesma. Frequentemente essa carta simboliza exageros em termos de alimentação, bebida, fumo, drogas, sexo, sensualidade, etc. Amigos que tornam-se invejosos ou ciumentos devido às suas posses. Não sentir-se satisfeito com o que possui. Sentir que a felicidade parece esvair-se. Ser egoísta ou mesquinho. Não sentir prazer em celebrar algo em companhia dos outros.

     Neste feriado de 1º de Maio, um sábado regido pelo controlador Saturno que nos mostra o caminho a seguir fazendo-nos atentos às responsabilidades e desafios que devemos assumir e enfrentar neste plano de existência, podemos nos perguntar o quanto temos cometido de excessos, com a desculpa de estarmos aproveitando a vida. Também é um bom momento, com o 3 de Copas como Carta do Dia, de refletirmos se estamos nos impedindo, nos boicotando, de aceitar todos os benefícios que o Universo nos proporciona e sermos por isso agradecidos. Ou então, o que podemos e devemos comemorar? O que podemos, hoje, agradecermos e celebrarmos? Talvez o início de uma mudança no nosso trabalho. Ou o nascimento de um filho. Ou a aprovação num concurso. Ou uma nova história de amor. De qualquer forma haverá sempre algo que podemos nos alegrar por termos conseguido, ainda que saibamos que aquele é apenas um ponto no meio do desenvolvimento de todo um projeto. Um filho que nasce é uma grande alegria, mas teremos toda uma vida para dele cuidarmos e com que nos preocuparmos e alegrarmos. Um novo cliente, conseguido com muito sacrifício, é motivo de sobra para ser celebrado, mas teremos pela frente todo o trabalho a ser desenvolvido. Um concurso em que passamos é, indiscutivelmente, um mérito que merece festividades, mas é apenas o começo de uma nova fase que irá ter continuidade.

Aproveitem para agradecer, celebrando, por tudo que têm, inclusive pelos sonhos e esperanças e tenham todos um festivo sábado!

Imagem: TAROT OF THE RENAISSANCE, por Giorgio Trevisan

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