quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Carta do Dia: A RODA DA VIDA

     Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito sob o céu:

Há tempo de nascer, e tempo de morrer;

Tempo de plantar, e tempo de colher o que se plantou;

Tempo de matar e tempo de curar;

Tempo de derrubar , e tempo de edificar;

Tempo de chorar, e tempo de rir;

tempo de prantear e tempo de dançar…

Eclesiastes 3:1-4

  Major10 (6)    Há dias que a gente acorda e o nosso mundo parece que deu uma cambalhota. Tudo de pernas para o ar.

     Você acabou de comprar, a duras penas, aquele tão sonhado apartamento e já começou a derrubar paredes, trocar pisos, refazer a cozinha e fazer a mágica de encaixar uma Jaccuzzi no banheiro quando lhe telefonam do escritório dizendo que aquela vaga de gerente, muito melhor paga do que o que o seu atual salário, está lhe esperando… em outro estado, numa outra capital.

     Tudo bem. Era, mais ou menos, o que você sonhara por muito tempo: a chance de recomeçar em outra cidade, num outro mercado de trabalho, enfrentando novos desafios, podendo viver num lugar mais barato, mais confortável, mais seguro, onde seus filhos poderiam desfrutar com mais facilidade e menos riscos da Natureza. Onde você teria a oportunidade de provar-se ainda mais competente e destacar-se com mais facilidade, obtendo assim uma maior rapidez em relação à ascensão profissional.

     Tudo exatamente o que você queria. Só que não agora…

     É dessas “peças” que o destino nos prega que a Carta do Dia de Hoje, a Roda da Fortuna, nos fala. De mudanças súbitas e inesperadas. Dos altos e baixos na vida.

     A deusa Fortuna (Vortumna, em etrusco) era adorada pelos romanos como aquela que regia os ciclos do ano. As mudanças como as das estações, dos meses, do caminhar do carro de Apolo (o Sol) desde o seu renascimento, todas as manhãs, até a sua morte, ao final do dia, para novamente renascer. Os ciclos naturais da vida: nascimento, crescimento e morte. Mudanças que estão além do nosso controle e que acontecem independentes da nossa vontade. A Roda da Fortuna, no tarot (também chamada de Roda das Mudanças, Roda das Reencarnações, Roda das Retribuições) é um arquétipo dessa experiência de nos sentirmos, literalmente, ao sabor das marés da vida. Na verdade, de um oceano absolutamente universal.

      Saber como lidar com esses imprevistos, essas surpresas, esse movimento, esses novos padrões que nos são impostos é que é a grande arte. Manter uma atitude otimista, encarar como um necessário ponto de mutação, como o fim de um ciclo já explorado e aprendido e a chance de um novo aprendizado através de uma nova etapa, com a disposição de adaptar-se e aceitar o que lhe é oferecido, seria a atitude mais recomendada. Compreender que as lições que aprendemos a cada etapa de nossa existência fazem parte de um conteúdo programático elaborado pelo Universo para que se acelere a nossa evolução para mais elevados planos espirituais é, também, algo que cevemos manter em mente.

     O que devemos, talvez, prestar atenção é como lidamos com todas as situações que vivenciamos a cada momento das nossas vidas, conscientes de que há um “efeito boomerang”, ou seja, o que lançamos, acaba retornando, tudo o que lançamos para cima, num determinado momento cairá. Estarmos atentos às oportunidades que nos são ofertadas todos os dias, sabendo lidar com as situações e dispostos a nos transformarmos através delas, e percebendos que os eventos que nos acontecem podem ser bons ou maus apenas porque escolhemos vê-los dessa maneira, é um estado de espírito que deveríamos manter para estarmos, não na periferia da roda, onde a velocidade pode desiquilibrar-nos nos impulsionando para fora da mesma, mas no seu centro, numa posição de serenidade de onde possamos observar e vivenciar suas evoluções mas ainda assim aterrados, nos mantermos seguros de nós mesmos.

     Devido a sua associação com o planeta Júpiter, a Roda da Fortuna é associada à boa sorte, o que significa crescimento e prosperidade. Mas devemos considerar que, uma boa lição de vida, algo que nos ajude a evoluir como seres humanos e espirituais possa advir de um fato que podemos acreditar como falta dessa mesma sorte, ou seja, azar. Enfim, o que importa não é como você lida com isso, mas o que conta realmente é o que você aprende com isso.

     Numa tiragem de tarot, dependendo da pergunta, do lugar que a carta ocupa e das demais que a rodeiam, pode, também, significar: virar uma página do seu livro da vida, começar algo do zero, hora exata de “pegar o bonde” (pode mudar essa expressão tão antiga por metrô, avião, lancha, etc), uma oportunidade que está batendo à sua porta, que as coisas parecem estar girando em círculos e não saindo do mesmo lugar, ou mesmo uma fase intensa de novos amores, sem nenhuma consequência ou interesse mais sério.

     O que é importante lembrarmos, em todas as situações, é que as leis Universais são imutáveis, interdependentes, centralizadoras e, portanto, nos harmonizam garantindo a necessária paz mental. Que nem tudo deve ser encarado de maneira a delas nos aproveitamos como justificativa para uma forma escapista ou irresponsável de nos negarmos a colaborar ou provocar, ou assumir, mudanças e acontecimentos. Nossas escolhas pessoais certamente tem um grau de influência nos resultados que vivemos e no controle que exercemos sobre os nossos Destinos. Não somos meros títeres manipulados por forças implacáveis. Somos dotados de personalidades e de livre-arbítrio (se quiserem chamar de consciência, razão ou bom-senso, fiquem à vontade).

     Há um som, uma música, que o Universo cria e, o que eu penso ser a maneira mais correta de aproveitarmos as energias da carta de hoje é a de nos permitirmos, com o coração e o espírito abertos, sermos os nossos próprios coreógrafos desse grande bailado cósmico.

     Meditem sobre o fato de que, basicamente, mudança é estabilidade. De que tudo no Universo é impermanente e constantemente flui. E tenham um ótimo e dia, repleto de agradáveis surpresas!

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