quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Carta do Dia: PAJEM DE ESPADAS

   pageswords_rosicrux Adolescência, aquela idade chata. Nem criança, nem adulto, sentimentos confusos de não se saber exatamente quem se é e que lugar se ocupa na estrutura familiar. Já não se é mais tratado como “o filhinho, a filhinha”, não é mais o “bebezinho da mamãe”, nem o mundo se limita às paredes da casa dos pais, ou das tias, ou das avós. Os primos não são mais os únicos amigos. Finalmente já não é mais criança. Mas também ainda não é respeitado como adulto. Os deveres e as obrigações, bem como as expectativas depositadas pela família aumentaram, mas os plenos direitos que os adultos gozam ainda é um aceno do futuro.

     Uma coisa extraordinária começa a acontecer que é a defesa de suas idéias. Já tem argumentos mais plausíveis. Já não é mais “quero porque quero”. Agora já enfrenta o mundo adulto com seus os valores que vai descobrindo, que sua mente aguçada vai analisando e adotando, ou não. É claro que é aquele tempo de conflitos, de “ninguém me entende”, “não sei porque vocês me puseram no mundo”, e, é claro, da contrapartida dos mais velhos com “quem é você para querer saber mais do que eu o que é bom para você?”, “nós só queremos o seu próprio bem”, “enquanto você viver nesta casa, com o meu dinheiro, tem que me dar satisfações de tudo”. Discussão é o que não falta, nem choro, lágrimas, gritos, portas que batem, ameaças de todos os tipos.

     É um tempo meio de crisálida: transformação silenciosa, trancado no quarto, ouvindo um som, curtindo os amigos através dos MSN, Orkuts, Facebooks da vida, descobrindo o ainda proibido nas páginas dos  sites na internet. Tempo de rebeldia. Contra o que? Sem causa. Só rebeldia. Ou melhor, contra tudo e todos e, sobretudo, conscientemente ou não, contra si mesmo, por não se encontrar, não se situar, ainda não ter metas definidas e, o mais importante, ainda não ter adquirido nenhum tipo de experiência que lhe possibilite fazer comparações e escolhas.

     O Pajem de Espadas é esse jovem (e isso, para o tarot, independe de idade cronológica ou de sexo), que tem uma mente fervilhante, completamente apta e carente de informações de todos os tipos, um verdadeiro computador esperando por informações e dados a serem inseridos para que, depois de decodificados e armazenados, possam ser usados na solução de necessidades do momento. É o arquétipo do estudante, sempre havido em aprender e isso não significa exatamente ser o melhor aluno da escola, mas ser um grande pesquisador, um verdadeiro investigador da vida, de como ela se processa, de seus significados, decodificando seus signos, seus alertas, seus perigos, seus prazeres e querendo absolutamente tudo, ao mesmo tempo.

     Costuma surpreender a todos com sua eloquência (quando lhe é dada a oportunidade); com lances espirituosos e de agilidade mental; defendendo idéias e conceitos filosóficos recém aprendidos através de livros, revistas, TV e conversas com seus amigos. É um bom negociador, sabendo trocar horas de estudo e melhores notas escolares por aquele novo telefone celular, ou por um par de tênis de marca, ou uma viagem com a turma. Vaidoso, quer andar na moda, impressionar, conquistar pela aparência, pela energia e está se descobrindo como sedutor. Quando as coisas vão mal, o lado “sombra” fica mais evidente e então temos uma pessoa teimosa, briguenta, relaxada, que se auto-deprecia, indisciplinado, dono da verdade, hiperativo, desconfiado, mentiroso, mau aluno, inconsequente, inseguro, perdulário, impaciente, fofoqueiro e intrigante, bastante hostil e que chega a abusar física e psicologicamente dos outros. Costuma ser o que as pessoas costumam chamar, quando a eles se referem, de “aborrescente”. É, na verdade, o início do verdadeiro pensamento independente.

     Mas o Pajem de Espadas não é apenas um personagem vivido por jovens em idade de formação. Ele, quando consideramos seus melhores aspectos, pode ser encontrado nas figuras, por exemplo, do advogado, do diplomata, do soldado, do policial, do detetive, do investigador, do cientista e programador de computador, entre tantas mais. Por ser bastante habilidoso com as mãos, poderá ser um desenhista industrial, mecânico, bombeiro, carpinteiro, construtor, quiropata, paramédico, instrumentista de sala de cirurgia, piloto, caçador, jogador de vôlei, de tênis, de baseball, etc. Infelizmente também o encontramos, com suas piores qualidades, no soldado que é disciplinado, porém com a índole de um assassino; nos impostores, nos espiões, nos traidores; nos “alpinistas sociais”, aqueles que se valem de seus contatos com pessoas importantes para escalarem melhores posições na vida, normalmente em prejuízo de quem lhes ajudou; são pessoas paranóicas, sempre na defensiva, sempre se sentindo ameaçadas;nos conspiradores; nos vingativos, maldosos, intrigantes, maliciosos, criadores de inverdades, que se regozijam em magoar e ferir os outros.

     Quando, numa leitura de tarot, o Pajem de Espadas aparece, poderá, dependendo sempre da sua colocação na jogada, das cartas que o acompanham e da questão formulada, significar também que é chegado o tempo de experimentar novas idéias ou tecnologias; estar mais alerta e defensivo para quando precisar e estar preparado para agir rapidamente frente a novas situações ou obstáculos; defender suas posições, tanto a nível de conquistas materiais, intelectuais quanto as filosóficas; estar com um turbilhão de novas e brilhantes idéias percorrendo sua mente a cada segundo; a necessidade de ser receptivo e atencioso com a curiosidade infantil, fornecendo-lhes respostas e conselhos justos e corretos; evitar falar e agir sem estar devidamente preparado; falta de confiança em si mesmo; estar sendo teimoso e insistindo em não ver ou aceitar alternativas; não querer instruir-se; evitar confrontos inúteis; notícias e novidades, normalmente de plano legal ou sobre trabalho; revelação de segredos; importantes documentos ou contratos que deverão ser assinados; abrir os olhos, estar vigilante e encarar a verdade; e, às vezes, doença.

     Vemos o Pajem de Espadas naquelas pessoas que adoram jogos mentais, que são fanáticos por palavras cruzadas, charadas, sudoku, quebra-cabeças de não sei quantas mil peças; gostam de solucionar mistérios, de esclarecer dúvidas, de saber como as coisas funcionam. São pessoas sempre prontas a enfrentarem novos desafios, embasados na teoria e na lógica e nos recursos que lhes são acessíveis. Sabem exatamente o que e como fazer mas, subitamente, sentem-se temerosas. Isso é perfeitamente normal pois não há substituto para a experiência e o Pajem ainda não dispõe da prática. Mas isso também não é motivo para interromper tudo e deixar-se paralisar, estagnando idéias que poderiam ser brilhantemente vividas ou aplicadas.

     Portanto, aproveite o dia de hoje para enfrentar os desafios que surgirem, agindo sempre com discernimento

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