Ah, as eternas vítimas! Os “coitadinhos” profissionais, sempre nos fazendo ver o quanto sofreram e sofrem, filhos de um Destino cruel. Gente que se acomoda à inatividade, à total falta de interesse de que há uma vida para ser vivida e se deixa prender a atitudes, hábitos, maneiras de pensar e de conduzir suas relações de tal forma que elas, ao final, ganhem, não os louros da vitória, mas as palmas do martírio.
Cordeiros imolados nos altares de crenças, rituais, utopias e sonhos que a nada levam a não ser à roda viva de decepções e lamúrias, num verdadeiro ritual de exaltação de baixa-estima e do dom de se iludirem.
São aqueles a quem, não importa quais alternativas ou possibilidades de soluções para seus problemas os outros apresentem, eles sempre encontram uma maneira, um viés, uma desculpa, um exemplo que as provará ineficientes. Sim, no futuro, porque ele mesmo não está interessado nem em tentar, preguiçoso que é de rever seus conceitos e sair do comodismo de uma situação que lhe permite, ainda que de maneira negativa, conquistar algumas atenções e simpatias (passageiras) pelo caminho.
Viver o Pendurado é viver em suspensão. Estar pendurado é estar suspenso, entre dois estados, entre o céu e a terra. É uma inversão de polaridades, uma maneira completamente revolucionária de ver o ambiente que nos cerca. É tirar um tempo para si, ficar em compasso de espera aguardando que as coisas tomem o seu curso natural, sem nossa interferência, para que possamos, desse novo girar de fatos, aprender algo novo sobre nós mesmos e sobre tudo e todos que nos cercam. É aguardar pacientemente por soluções que nos serão apresentadas mediante a cooperação de forças, de eventos, de pequenos sinais, de “coincidências” que o Universo colocará à disposição. É um estado de imersão em nós mesmos, quando o caminhar pelo plano espiritual está muito bem representado pela figura que tem os pés afastados da terra e voltados em direção aos céus.
Nós vivenciamos este arcano em situações bastante comuns, quando ficamos presos a atividades que não nos trazem nenhuma satisfação, ou dependentes emocionalmente dos outros; quando não nos vemos como pessoas capazes, com personalidade, desejos, vontades, ambições, perspectivas próprias e procuramos nos diluir no meio de um conceito generalizado, impessoal, comum a muitos, nos esquecendo que toda unanimidade é sempre burra. É mascarar nosso verdadeiro eu para agradar aos demais. É não saber dizer não e acabar fazendo aquilo que não se quer, mas guardando uma amargura, uma raiva, um rancor.
Sabe aquele samba que diz “Deixa a Vida me levar…. Vida leva eu… Deixa a Vida me levar… Vida leva eu…”? É por aí mesmo. É parar de reagir, de lutar contra as oscilações da vida (ou do destino, como queiram) e entregar-se a uma espécie de imobilidade terrena que nos permita meditar e conquistar um outro nível de percepção e a ter uma outra perspectiva do que somos e queremos. É também sacrificar algo pessoal por um ideal maior. Não para conquistar os aplausos da galera, para ser elevado à condição de mártir e ter o nome dado em praça pública, mas pela clareza, nitidez, capacidade visionária com que os objetivos se apresentam. É encontrar, por exemplo, num ato de caridade, num ato de doação, o real valor e significado que aquele gesto tem para a nossa própria evolução e o que representa para o crescimento do outro que o recebe, e nunca fazê-lo por estar cumprindo um ritual esperado, porque socialmente é assim que se deve agir (ou não), ou porque isso vai nos garantir uma medalha, uma insígnia, uma menção, ou a redenção das nossas culpas.
Viver positivamente o Pendurado é resignar-se às situações, aprender com elas, refletir sobre a necessidade de se reconstruir sobre uma base de auto-respeito, de amor-próprio, encontrando as raízes mais profundas da nossa fé, da nossa devoção e estar preparado para uma transformação que lhe abrirá 0s olhos para novas maneiras de ver. Há que se saber quando e o que sacrificar, para que essa experiência não seja apenas uma forma de apatia, de falta de fé, de renúncia a um crescimento espiritual, de abandono de velhos padrões.
No dia de hoje, é interessante aproveitar-se dessa energia mantendo-se fiel e agindo de acordo com os seus princípios; sendo sincero, honesto, aberto à uma revisão total de conceitos e formas de controle sobre a vida, meditando muito e procurando aceitar, de forma lúcida e calma, o que o destino nos reserva, procurando entender que, ainda que não compreendamos de imediato o padrão que seguem, as mudanças que possam ocorrer serão úteis e valiosas.
Dê-se um tempo, abra-se para os canais de comunicação do Universo, mantendo o seu interior quieto e harmonizado e, com certeza, você terá mais um ótimo dia!
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