As notícias na TV não se cansam de mostrar as mesmas cenas: cascatas de fogos de artifício explodindo nos céus das maiores cidades do mundo e a tragédia que as chuvas provocaram em diversos pontos do país.
Entre uma cena de absoluta alegria, com pessoas se abraçando num cenário de brilhos e cores, e outra onde casas alagadas, pessoas desabrigadas começando o novo ano acampadas em lugares que os órgãos governamentais disponibilizaram, algo fica evidenciado: muitos com tanto para dar e tantos aptos a aceitarem alguma forma de doação.
Nesta manhã, ao aparecer o 6 de Ouros como a Carta do Dia, experimentei um profundo agradecimento ao Universo por estar comunicando a necessidade de meditarmos, e muito, a respeito do dar e do receber, pois esse arcano nos fala exatamente sobre isso. Sabemos que a palavra caridade é o sustentáculo de diversas religiões. Repartir com o outro (e toda qualquer pessoa é o “outro”) algo que nos é importante (sentimentos, bens materiais, conhecimento, etc) é uma condição necessária para que as energias interajam e continuem fluindo. Isto é, quando mais damos, mais criamos condições para novamente recebermos. É como os cabalistas explicam a maneira pela qual recebemos de Deus (do Universo, de algo superior, do divino, enfim, não importa como você se refira a algo que nos escape, pela sua própria essência à nossa completa compreensão) tantos benefícios, de forma continuada desde que nos mantenhamos receptivos a eles. Se nos imaginarmos como vasos, taças, receptáculos que são preenchidos continuamente pela graça divina, então, para que esse fluxo não se interrompa precisamos estar, também, continuamente doando e assim criando mais espaço para recebermos.
Numa das reportagens, a mãe de 14 filhos que teve sua casa e todos os seus pertences levados pelos desabamentos e enxurradas, falava da sensação de gratidão (!!!) por sua prole e ela mesma não terem sofrido nenhum dano físico e que assim que as chuvas parassem, ela iria procurar um novo lugar para reconstruir seu lar. O que ela estava dizendo, naquele momento, é que o maior bem que possuímos, nossa maior riqueza é a possibilidade de recomeçarmos e de estarmos preparados para recebermos, agradecidos e prontos para também sermos generosos com os demais, toda a ajuda que o Universo nos disponibiliza.
Numa outra emissora, uma outra senhora contava que haviam, ela e toda a sua família, passado a noite de reveillon ajudando no socorro das vítimas do desmoronamento de uma pousada próxima à sua residência. Deixou sua ceia, o conforto de sua casa, enfrentou a noite, a chuva, os perigos de outros deslizamentos de terra, mas foi lá levar sua doação, sua contribuição, de maneira totalmente espontânea e à pessoas desconhecidas.
Essas duas pessoas muito bem retratam uma situação real que o 6 de Ouros simboliza: que a fé na vida e na nossa própria capacidade pode ser confrontada e reestabelecida através de um evento surpreendente, um lance de boa sorte, ganhos inesperados que não só nos beneficie mas que nos permita compartilhar desses mesmos benefícios com os outros.
Sermos generosos, dando aos outros não o que está sobrando mas o que elas estão precisando ou em condições de receber, é condição básica para que se estabeleça um intercâmbio e fluxo maior de energia que nos beneficie a todos. Não ter arrogância ao receber, estarmos abertos ao que os outros têm para nos dar e apreciarmos esse compartilhamento com o coração leve, é a nossa parte nessa mecânica.
O surgimento de um 6 de Ouros numa leitura também sugere que é chegada a hora de aproveitarmos as condições favoráveis (generosidade) que as pessoas, as situações, a própria vida está a nos oferecer. É sinal de boas relações, lucro material, de sucesso e crescimento no trabalho, além de harmonia e felicidade no amor.
É claro que o tarot sempre nos alerta para o lado “sombra” que há em todas as cartas: adverte para aquela prodigalidade impensada, ao fato de nos desfazermos de nossas posses na vã ilusão (e orgulho) de que estamos praticando caridade, evitar gastos demasiados e desnecessários e, finalmente, refletir muito antes de emprestar dinheiro ou objetos pois há grande chance de levar um tempo enorme para tê-los de volta e isso se algum dia voltarmos a vê-los.
Aproveite o dia de hoje para meditar a respeito de como o Universo conspira para que sejamos doadores, criando situações e colocando-nos à frente de pessoas aptas a aceitarem nossa contribuição. Medite o quanto o dia de hoje está lhe beneficiando e de que maneira você pode estender essas bençãos para ou outros. Expresse os seus sentimentos mais profundos, generosamente, sem impedimento e, com certeza haverá que deles necessite neste momento. Abra-se para tudo o que a vida lhe oferece e crie com ela um intercâmbio de amor. Há melhor maneira de se viver o primeiro dia útil do ano?
Bom dia a todos!
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