sábado, 16 de janeiro de 2010

Carta do Dia: 8 DE OUROS

     29-Minor-Discs-08housewives Tenho um grande amigo que é um dos exemplos mais próximos que eu conheço do que a Carta do Dia de hoje, o 8 de Ouros, simboliza.

     Nascido numa família de suíços-brasileiros, aprendeu desde cedo a falar fluentemente em 3 idiomas e, como a grande maioria dos rapazes da sua época, uma educação bastante formal nos melhores colégios. Naquela época, trabalhar numa companhia aérea era o sonho de grande parte dos jovens, pela glamour que ainda havia na idéia de viajar de avião. Nada que pudesse lembrar o verdadeiro caos e exercício de paciência em que haveria de se tornar poucas décadas depois.

     Conseguiu, após inúmeros testes ser aprovado para serviço de terra (trabalhar no balcão) da mais famosa companhia aérea brasileira de então e, pouco tempo depois, devido à sua facilidade de expressar-se, ao seu desembaraço em línguas, simpatia incomum e facilidade de adaptação, estava chefiando o mais importante escritório dessa companhia em Genebra.

     Foram anos de grandes experiências, de muito aprendizado, de descobertas, mudanças e transformações, inclusive (infelizmente) na própria companhia, que acabou, primeiro, fechando seus escritórios no exterior e depois literalmente falindo, tendo sido vendida e revendida diversas vezes. Mas meu amigo, apesar de ter enfrentado todos esses revezes com bastante coragem, acabou desempregado, tendo que recorrer à justiça, num interminável processo, para a obtenção de seus muito justos salários e direitos trabalhistas devidos.

     Para ele, o retorno ao país, desempregado e numa época de grande recessão e dificuldade de oportunidades, foi novamente um período de adaptação, um verdadeiro desafio que o seu desenvolvimento espiritual, a sua compreensão de si mesmo e do mundo ajudou-o a suportar.

     Em seus longos anos na Europa, como sempre foi um excelente gourmand, grande descobridor de excelentes bistrôs, restaurantes, frequentando desde as pequenas feiras de rua, com seus produtos frescos e únicos, até os mais sofisticados salões da alta gastronomia internacional, decidiu acrescentar ao seu currículo um curso de culinarista, feito na mais reconhecida escola suíça da época. Diga-se que essa escolha não teve nenhuma outra pretensão do que a de expandir os seus conhecimentos. Curiosidade, prazer, interesse pessoal.

No seu retorno, ainda que abatido pelas dificuldades que enfrentava pela perda de um emprego que muito gostava e no qual havia dedicado muitos anos de sua vida, começou a reencontrar os velhos amigos, antigos companheiros de bancos escolares e a convidá-los para jantares regados a excelente comida, ótimo papo e boa música. Recordações eram embaladas pelos aromas e sabores que ele mesmo criava em sua cozinha para o deleite de todos que não se cansavam de elogiar seus, até então, desconhecidos dotes culinários. Naturalmente, convites à almoços ou jantares em sua casa passaram a ser disputados e começaram a surgir os pedidos para que ele preparasse na casa de alguém um jantarzinho de aniversário, um coquetel para receber amigos que passavam pela cidade, etc.

     Em pouco tempo, não só ele era conhecidíssimo pelo seu talento, mas ele mesmo começou a especializar-se, produzindo aquilo que havia percebido ainda não existir no mercado local: terrines. Essa especialidade francesa não apenas veio a ser o seu cartão de visitas mas o seu passaporte para uma nova viagem proposta pelo destino. Hoje, aquilo que começou como um simples hobby, uma maneira delicada de retribuir convites e juntar amigos queridos, tornou-se seu verdadeiro trabalho, onde encontrou sua verdadeira forma de expressão e a necessária recompensa econômica.

     Isso é o que o 8 de Ouros anuncia: o surgimento de um tempo de descoberta de talento, estudo, pesquisa, planejamento, trabalho intenso, ensaios até o perfeito desenvolvimento de habilidades que pode ocorrer a qualquer época da vida, mas que é muito comum manifestar-se quando a pessoa já parece ter cumprido todo um longo percurso e se encontra em posição estável. É quando se toma consciência que o dinheiro ou a fama não são as maiores recompensas dos nossos esforços, mas a felicidade inerente ao processo do próprio trabalho. É quando percebemos que nosso desenvolvimento espiritual, tendo se transformado numa sólida base para a compreensão das nossas ações, nos faz ver que a importância do que fazemos está diretamente ligada ao bem que esse trabalho traz a todos que dele dependem ou se aproveitam. É termos grande entusiasmo em adquirir e desenvolver novas habilidades e conseguirmos compreender que ainda não consumimos todos os nossos potenciais, podendo assim a continuar investindo e crescendo em outros empreendimentos.

     Portanto, quando o 8 de Ouros surgir numa leitura de tarot, dependendo sempre da sua localização e das cartas que lhe são próximas, ele pode estar-lhe avisando que aquele seu hobby de pintura em porcelana, aquele seu talento para bordados em ponto-cruz, aquele seu conhecimento sobre radiestesia e radiônica, aqueles seus contos e escritos que vão se acumulando nas gavetas podem ser a chave para a descoberta do mais rico dos tesouros: a felicidade. Por que não repensar a respeito deles? Por que não aceitar riscos bastante calculados, agindo com prudência, com cautela, sem nenhuma precipitação (pois tudo tem, e vem, ao seu próprio tempo), com esmerada dedicação e entusiasmo e transformar numa nova e bastante pessoal forma de expressão?

      Lembre-se que a única coisa constante na vida é a mudança. Portanto, adapte-se à elas com uma mudança interior e exterior que irão se refletir em suas atitudes, nos seus sentimentos, em novas energias e situações.

     Medite a respeito, aproveite o sábado com muita alegria e tenha um ótimo final de semana!

Ilustração: HOUSEWIVES TAROT

2 comentários:

  1. aprecio demais suas leituras, de algum modo elas me auxiliam em minhas buscas nessa jornada!luz e amor! gratidão :)

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  2. Obrigada. Acho que senhor Alex se enquadra perfeitamente no perfil descrito acima de alguem que e feliz no que faz.

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