sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Salve 2010! Feliz Ano Novo!

Finalmente, 2010!  Abençoado seja este ano em nossas vidas. Que possamos viver, em seus dias, experiências benéficas em todas as áreas das nossas atividades, além de um grande desenvolvimento espiritual e também de nossos talentos e habilidades; o prazer de sermos criativos e de nos expressarmos de maneira coerente, clara e positiva.

Possamos viver um ano de Esperanças: na paz entre os povos, na harmonia entre as filosofias, de aceitação das diferenças naturais; da obtenção da prosperidade material de forma racional, equilibrada, responsável, sem prejuízo a nada ou a ninguém; de consciência da necessidade urgente de cuidarmos do planeta para que ele, sanado, possa retornar-nos em melhorias das condições de vida.

Que os nossos governantes honrem seus cargos valorizando, assim, a expectativa e confiança depositada em cada voto recebido; que a saúde não seja um artigo de luxo accessível a poucos mas, ao contrário, seja gênero de primeira necessidade e distribuída de forma precisa, eficiente e generosa. Que o ensino seja uma possibilidade concreta a todos, instigando a curiosidade, permitindo a discussão, contribuindo para a conscientização dos indivíduos.

  Há tanto o que esperar de um ano em que o Arcano número 3 do tarot, a Imperatriz, é o regente. Hoje entramos no limiar de um ano que nos promete muitas recompensas. É o fim de uma longa e aguardada gestação e, tenho certeza, os frutos que serão paridos farão valer a espera.

Mas quem é essa mulher, essa Imperatriz? Regente do que? Qual o seu reino, quais são os seus domínios?

O número dessa carta é o 3, que é a soma do 1 e do 2, do ativo e do passivo, do iniciador e do receptor, do masculino e do feminino. Um bebê que nasce, e inclusive a própria noção de maternidade, é um 3, pois é a soma da constituição genética dos seus pais. É a mesma noção que fazemos da tríplice figura do Pai, Filho e Espírito Santo, e se quisermos nos ater no aspecto feminino, a Jovem Virgem (ainda não menstruou), a Mulher (que menstrua) e a Sábia (que vive a menopausa).

A  letra Daleth, do alfabeto hebraico, que podemos traduzir por "porta” (abertura, entrada, recipiente) é significativamente associada a esta carta, sendo que o elemento que a caracteriza é a terra, pois ela é a representação do mundo “real”, da maternidade, o desejo sexual.  Com essa regente, iremos viver 2010 com muita intensidade e percepção.  Com muita alegria de viver, especialmente sexual, e através de um sentimento maternal.  A Imperatriz nos recorda que maternidade e sexo caminham juntos, não apenas biologicamente, mas porque ambos representam plenitude e maturidade. Em tiragens de tarot ela significa uma pessoa que é sexualmente ativa, mas de maneira responsável. Nisso ela difere da carta do Diabo, na qual o sexo é opressivo e desiquilibrante, ou da dos Namorados, que enfatiza o relacionamento em si, mais do que a própria relação física. A Imperatriz é a representação da expressão sexual própria, única, de cada indivíduo.

Mas não é só sexo que compõe a Imperatriz: o amor pela Natureza, pelo crescimento e desenvolvimento dos seres, pela liberdade, por todas as atividades onde a alegria e o bem estar são notórios. A Imperatriz é profundamente dedicada aos seus filhos,  amigos e amantes. Ela é a “mãe”  de grandes idéias, aquela que é criativa e nutre a tudo e a todos.

03-Major-Empresshh A carta que ilustra a postagem ilustra perfeitamente bem aquilo que procurei definir a respeito dessa dama: reparem o ventre e os seios volumosos de uma gestação praticamente chegando ao seu final; veja a maneira terna com que ela abraça as suas “crias”: o feixe de trigo (que é o alimento, a nutrição e, portanto, a vida), com o braço direito, que é regido pelo lógico e racional hemisfério esquerdo do nosso cérebro. Com a mão esquerda (a intuição, a criatividade, o sentido artístico e espiritual) ela segura uma cornucópia de frutos, que nada mais representam que as delícias e os prazeres, a doçura, o sabor, os perfumes, cores e texturas que encontramos em nossa vida terrena. Ela está descalça, isto é, em contato direto com seu elemento, a Terra, que é ela mesma, a Grande Mãe, a Mãe Terra. Sua casa é o Jardim do Éden, o paraíso terreno

Suas vestes verdes nos falam do seu amor pela Natureza, pela vida que se refaz a cada ciclo, e as abelhas desenhadas no tecido nos lembram da sua fertilidade e do prazer e da necessidade do trabalho, produzindo frutos ( o doce mel ) que justificam a nossa nossa necessidade de cultivarmos o planeta, trabalhando em uníssono. Um manto azul, a cor da espiritualidade, a agasalha, simbolizando a união da matéria com o espírito. Uma camisola vermelha, em contato com seu corpo nos fala do fogo da paixão, que ela tão bem administra. É o sangue, são os glóbulos vermelhos, são as centelhas da criatividade, da sexualidade, do pulsante coração. Sua coroa, com 12 pedras preciosas (só vemos a metade, na figura da carta) nos falam do ciclo dos anos (12 meses), dos signos do zodíaco, e, se o somarmos e reduzirmos (12 = 1 + 2 = 3) obteremos o seu número. Um dos seus pés toca o riacho que corta a verdejante paisagem, a nos lembrar que ela também privilegia as emoções, a turbulência e a calmaria dos sentimentos, experimentado-os destemidamente, além, é claro, de nos falar da água, como fonte primordial de toda a vida que conhecemos. Seu trono feito de madeira, nos faz pensar que ela está, tal qual a grande árvore que lhe projeta a sombra, profundamente enraizada no solo, na realidade, mas que seus pensamentos se elevam, tal qual a copa da majestosa árvore, para o mais alto dos céus.

            Se repararmos bem, seu olhar se dirige amorosamente ao próprio ventre, com ele se comunicando e preparando-o para o seu desabrochar sobre a terra. Seus cabelos são movidos pelo vento, tal qual antenas, procurando captar as vibrações espirituais. E suas pernas afastadas significam a sua receptividade, a sua capacidade de entender, compreender, aceitar e amar.

Enfim, essa mulher vive a vida plenamente, confiante, sem medo, harmonizada com os elementos e consigo própria; tão rica em potencialidade que não cessa de nutrir incessantemente a tudo e a todos.

Devemos pensar na Imperatriz como a representante de um ciclo, um ciclo de vida e de morte, pois no momento que ela dá a luz, ela também está determinando um prazo de vida que aquela criatura, aquele espécimen irá ter.  Isso nos encoraja a confiarmos na capacidade evolutiva, transformadora da vida e da necessidade de estarmos sempre abertos e preparados para as mudanças que ela nos propõe.

Como podemos utilizar essa energia toda em 2010? Preparando o terreno para que possamos colher fartamente ao final. É um momento de inícios, de começos promissores onde a expressão plena, franca e clara, e o uso de todas as nossas capacidades é exigido. Possibilita que abramo-nos para novos impulsos, estimulantes e fecundantes que nos farão viver uma vida mais rica, plena e bela. Inclusive aquilo que estamos longamente “gerando”  dentro de nós irá encontrar, nos próximos meses, seu tempo de florescer, de vir à luz,  se concretizar e de proporcionar vivenciarmos uma nova realização.

Diante de tanta promessa de fartura há que também considerar-se o lado “sombra” dessa exuberante senhora: devemos estar atentos a manter um saudável equilíbrio, não deixando que nossas emoções ou ações se tornem obsessivas ou controladoras em excesso. Não permitindo uma caótica proliferação de resultados palpáveis apenas porque queremos fazer tudo ao mesmo tempo. Os jardineiros sabem que cuidado e dedicação demais, ou de menos, transtorna o delicado equilíbrio da beleza que cultivam com tanto amor.

Finalmente, a Imperatriz solicita-nos a termos confiança plena na força auxiliadora e curativa da Natureza.

Encerro, assim, minha primeira contribuição para este novo ano desejando a todos um ótimo, amoroso, renovador e produtivo ano!

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