quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Carta do Dia: A TORRE

     16-Major-Tower-buddah Pela segunda vez neste mes a Torre aparece como a Carta do Dia. Há que se levar em consideração essa mensagem que nos é enviada em forma de “coincidência”.

     Sendo uma das cartas mais temidas pelos consulentes numa leitura de tarot (as outras costumam ser, na minha experiência, a Morte e o Dez de Espadas), sua representação normalmente parece não deixar dúvidas de que algo de ruim está por acontecer. Na grande maioria das vezes isso não é uma verdade. Talvez até mesmo por esse motivo eu tenha escolhido, para ilustrar esta postagem, uma carta desenhada por Robert M. Place para o seu “Buddah Tarot” e que tem muito mais a ver com o aspecto desse arcano que eu pretendo abordar.

     Sim, a Torre indica que estamos vivendo, ou a necessidade de viver, uma verdadeira revolução em nossas vidas e, quase sempre, pelo seu aspecto fortemente arquitetônico, a associamos a catástrofes ou mudanças radicais que atravessamos no plano material. Por exemplo: os deslizamentos de terra ocorridos no início do ano em Angra dos Reis, resultado de uma provavelmente incorreta  ocupação do terreno. Ou o terremoto que recentemente assolou o Haiti, completamente alheio à vontade ou ao controle humano. Ou o fato de um grande velejador perder uma perna num acidente inesperado e praticamente improvável. Há tantos outros mais…

     Basicamente a Torre é um sinal vermelho de algo não está indo bem. Que é necessário que se faça alguma coisa para mudar ou então o Universo irá resolver a questão, esclarecendo o que precisa ser compreendido e provocando as mudanças para que o novo ressurja dos escombros. Em qualquer dos casos, sua experiência é sempre muito dolorosa, difícil de ser vivida e aceita.

     Mas a Torre é sempre um chamado para uma nova consciência. Uma revisão das bases em que os nossos valores, crenças, verdades, certezas estão fundamentados e a triste comprovação de que costumam ser muito frágeis, prontos para ruirem a qualquer giro da roda do destino. Quantas vezes nos isolamos em construções, físicas ou mentais, no sentido de nos protegermos, de criarmos uma “fachada” que nos torne mais atraentes e aceitos socialmente, que nos garanta a idéia de uma falsa felicidade, um falso sentido de segurança? Pois é, são essas construções mal planejadas, erguidas para esconder ao invés de abrigar, esses muros e barreiras que interpomos entre a verdade e a “nossa” verdade que acabam, mais cedo ou mais tarde desmoronando, causando-nos desconforto, medo, desespero, mas que em realidade são o início do fim. Do fim das ilusões, das fantasias, da falsidade, da mentira, do orgulho, do isolamento, da nossa incapacidade de aceitar um outro ponto de vista.

     A Torre é a carta que segue a do Diabo e, se este representa a opressão, os nossos instintos mais primitivos, os nossos vícios, aquilo que queremos esconder de todos, a queda da Torre é exatamente o momento em que nos libertamos desses entraves, aceitando-os, expondo-os à luz brilhante, reconhecendo-os como nosso e não nos sentido prisioneiros deles. É um momento de iluminação, quase sempre representado, nas cartas, por um fulgurante raio que destrói a parte superior dessa construção. É uma oportunidade que nos damos, ou então que o Universo nos força a aceitar, de nos abrirmos à espiritualidade, ao autoconhecimento, à harmonia, à eliminação de valores, condutas, rotinas há muito esclerosadas. O raio significa um momento de compreensão espiritual (iluminação) que destrói o erro e a ignorância. Podemos ser a fonte geradora dessa fonte de mudança ou vítimas dela. Mas é certo que as coisas nunca mais serão como foram.

     Aceitar esse fato, inesperado e avassalador, como uma oportunidade de recomeçar do zero, reconstruir a vida sobre bases sólidas aproveitando as experiências do passado com sabedoria, liberto de antigos padrões e grilhões, com os dois pés no chão, abandonando perdidas ilusões, necessita da força e coragem de acordar para uma nova realidade. Essa é a proposta da Torre. Se o Diabo é a carta que antecede à Torre, a Esperança (a Estrela) é a que a sucede. Certamente dias melhores virão.

     E se hoje as coisas não sairem exatamente como você havia planejado, ainda que isso o chateie e faça lastimar-se, procure lembrar que no futuro você não terá razões para reclamar daquilo que hoje foi frustrante.

     Permita-se reconhecer e aceitar o que o Universo propõe para o seu crescimento e tenha um excelente e renovador dia!

Imagem: BUDDAH TAROT, de Robert. M. Place

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